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O Brasil exporta geotecnologia

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Empresa com sede em Porto Alegre desenvolve e comercializa softwares e serviços brasileiros para o mundo

Por Marjorie Xavier

Especializada em softwares na área de visualização e análise de dados para fins técnico-científicos e automação, a SulSoft oferece produtos para processamento de imagens e sinais, com aplicações nas áreas de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas (GIS). Sediada em Porto Alegre (RS), neste mês de outubro a empresa está completando 10 anos de comercialização dos produtos ENVI e IDL da companhia americana Research Systems Inc (RSI), uma empresa do grupo Kodak.

A alta do dólar americano, o desaquecimento da economia local e a simplificação da documentação necessária estimularam significativamente as exportações nos últimos anos, tendência que também influenciou empresas brasileiras da área de geotecnologias. Em paralelo às atividades de representação no território nacional, desde o ano passado a SulSoft se lançou no mercado internacional, investindo em desenvolvimentos próprios baseados na linguagem IDL, carro-chefe da empresa. Dentre as tecnologias desenvolvidas pela SulSoft destacam-se os módulos para extração de modelos 3D de imagens de satélites (AsterDTM e OrthoTool), que estão sendo exportados para alguns dos maiores centros de pesquisa e tecnologia mundiais, como o MIT, Caltech, Lawrence Livermore National Laboratory, Barric Gold Corporation, ISPRS/Itália, London Imperial College, Max-Planck Institute e Dornier/Alemanha.

Módulo AsterDTM para extração de modelos 3D de imagens de satélite

"Como os produtos oferecidos dentro das nossas representações comerciais são todos importados, as mudanças cambiais e a conseqüente alta do dólar realmente preocuparam", diz Michael Steinmayer, fundador e diretor executivo da SulSoft. "Tivemos que pensar em uma espécie de hedge para poder contrabalançar as quedas de vendas quando o dólar está alto, e a solução mais óbvia era vender software para fora do Brasil e assim receber em dólares".

Algumas circunstâncias ajudaram o plano de exportações da Sulsoft, mas a maioria dos ingredientes necessários pode ser encontrada com certa facilidade. "Sou o primeiro a pensar: se é interessante e viável, por que já não existe um produto desses? Mas descobrimos que existem muitos projetos de software tecnicamente e comercialmente interessantes que não estão sendo executados porque há mais oportunidades do que profissionais capazes de realizá-los. Uma vez resolvidos os desafios técnicos, vimos que a documentação necessária e os trâmites burocráticos também eram razoavelmente fáceis de se resolver, uma vez que software não consta na lista de produtos com restrições para exportação, e os valores das faturas são tipicamente abaixo do limite de US$10.000 e, portanto, livre da exigência do registro no SISCOMEX. Ainda na importante questão dos canais de distribuição dos nossos produtos fora do Brasil, tivemos a possibilidade de poder aproveitar toda rede de subsidiárias, distribuidores e agentes existentes da Research Systems, uma vez que desenvolvemos dentro da plataforma IDL da RSI, e oferecer soluções tecnicamente avançadas e desenvolvidas nesta linguagem é de interesse deles também."

Michael Steinmayer, fundador e diretor executivo da SulSoft

Recentemente vencedora do Prêmio Master de Ciência e Tecnologia 2003, a SulSoft planeja exportar softwares no valor de R$ 600 mil até o final de 2004.

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