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Ensino a distância

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Esta importante oportunidade para a educação no Brasil deve beneficiar também o ensino de geoprocessamento

Eu escrevi aqui há algum tempo sobre um curso de pós-graduação à distância que a Penn State University está criando. Nesta coluna, eu falei sobre as desconfianças que nós brasileiros poderíamos ter com um curso deste e também enfatizei como é importante ter esta opção hoje em dia, principalmente em um país como o nosso onde as distâncias são tão grandes e difíceis de se cruzar.

Para minha surpresa, esta foi a minha coluna que mais obteve repercussão. Eu recebi tantos e-mails que não tive condição de responder e aqui peço desculpa a todos que escreveram e (ainda) não receberam minha resposta. Infelizmente, não foi possível responder a todo mundo e por isto estou voltando ao assunto aqui. Vou falar hoje sobre as opções que encontrei de ensino de geo à distância no Brasil, sobre este curso específico da Penn State, e sobre pósgraduação em geral no exterior.

Para começar eu procurei muito na internet e não encontrei nenhum curso completo de pósgraduação a distância em geoprocessamento. Encontrei algumas promessas, mas nada de concreto. O que acabei encontrando, e é bem interessante, foi um curso de extensão em geoprocessamento. O curso é dado pelo Laboratório de Multimídia da Unesp – Campus de Presidente Prudente, coordenado pela professora Arlete Meneguette, líder do Grupo de Pesquisa Aplicações da Multimídia na Cartografia. O endereço do curso é www.multimidia.prudente.unesp.br/cursos.htm . O curso está sendo dado experimentalmente em 2003 e deve ser implantado definitivamente em 2004.

Como escrevo sobre Geo e Internet, sempre utilizo a internet como fonte de informação para minha coluna. Para explicar melhor o que é um curso de extensão universitária eu fui à página do MEC (Ministério da Educação) em www.mec.gov.br e procurei por extensão na página www.mec.gov.br/Sesu/planonaex.shtm . A definição de extensão confere com o conteúdo dos vários e-mails que recebi: é uma tentativa de integrar a universidade à sociedade através do uso do conhecimento criado nas escolas para atender as demandas profissionais da sociedade. Simplificando, usar os recursos da universidade para complementar a formação de profissionais.

Também na página do MEC eu encontrei informações sobre ensino à distância, embora nenhum curso de geo estivesse listado lá. O elo "ensino a distância" leva à página www.mec.gov.br/Sesu/educdist.shtm. Lá vocês poderão encontrar o elo chamado "Instituições Credenciadas/Cursos ou programas autorizados". Eu sugiro que vocês procurem nesta página as instituições de seu interesse e escrevam a eles perguntando sobre a existência ou possibilidade futura de cursos de pós-graduação na área de geo. Ainda na página de educação à distância vale a pena ler o relatório sobre a situação atual e as recomendações da comissão assessora para esta modalidade de ensino (http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/EAD.pdf). No relatório é proposto tratar esta opção não como uma solução de emergência, mas como uma importante oportunidade para a educação no Brasil. Como a qualidade e cer- tificação são mais importantes ainda no caso da educação à distância, a participação do MEC é fundamental.

Mas voltando ao assunto da outra coluna, que gerou tantas perguntas – o curso de mestrado da Penn State em Geoprocessamento. Este é um curso de mestrado profissional que está ainda sendo criado aqui. O público alvo são profissionais que já trabalham na área de geo e não podem se afastar de seu emprego por um ano ou dois para completar o curso. O curso estará todo disponível on-line. Os alunos deverão se matricular, ter acesso ao material, fazer as provas e trabalhos, tudo, usando apenas a Internet. Como o curso ainda não foi aprovado as únicas informações disponíveis na internet estão em http://www.geog.psu.edu/news/mgis.html . O curso é em inglês e é necessário ser residente nos Estados Unidos para se matricular, portanto ele não é recomendado para a maioria das pessoas que me escreveu. Logo que o curso estiver estabelecido é a intenção da comissão organizadora abrir a opção internacional para que alunos residentes fora dos Estados Unidos possam se matricular. Um outro problema ainda é o alto custo de um curso como este. Embora o preço não esteja estabelecido, cursos semelhantes de mestrado profissional por aqui custam cerca de 20 mil dólares.

Como recebi também muitas perguntas sobre pós-graduação no exterior, aqui vão algumas informações. A primeira é que a obtenção de uma vaga num programa de pós-graduação no Estados Unidos é um processo muito competitivo. A procura é muito maior que a oferta e estudantes do mundo inteiro procuram vagas por aqui. Então é importante estar bem preparado. Um bom inglês, tanto falado como escrito, é fundamental. A melhor opção para bolsas é ainda o CNPq e a CAPEs, já que a disputa por bolsas também é fortíssima por aqui. Para se ter alguma vantagem nesta competição é bom publicar artigos em inglês tanto em conferencias como em boas revistas. Ir a conferências é uma boa oportunidade para se conhecer professores com os quais se queira trabalhar. O trabalho publicado em inglês fica sendo o seu cartão de vistas. O lado positivo é que alunos bons no meio acadêmico brasileiro geralmente tem um desempenho muito bom por aqui também. Então embora as oportunidades sejam muito disputadas, muitos alunos brasileiros conseguem vagas por aqui e fazem um trabalho excelente. A maioria das universidades publica na internet as regras de admissão e as oportunidades de bolsas. É só ficar de olho.

Frederico Fonseca
fredfonseca@ist.psu.edu
Doutor em Ciência da Informação Espacial pela Universidade do Maine
Professor na Escola da Ciência da Informação e Tecnologia da Penn State University nos Estados Unidos
Esta importante oportunidade para a educação no Brasil deve beneficiar também o ensino de geoprocessamento

Eu escrevi aqui há algum tempo sobre um curso de pós-graduação à distância que a Penn State University está criando. Nesta coluna, eu falei sobre as desconfianças que nós brasileiros poderíamos ter com um curso deste e também enfatizei como é importante ter esta opção hoje em dia, principalmente em um país como o nosso onde as distâncias são tão grandes e difíceis de se cruzar.

Para minha surpresa, esta foi a minha coluna que mais obteve repercussão. Eu recebi tantos e-mails que não tive condição de responder e aqui peço desculpa a todos que escreveram e (ainda) não receberam minha resposta. Infelizmente, não foi possível responder a todo mundo e por isto estou voltando ao assunto aqui. Vou falar hoje sobre as opções que encontrei de ensino de geo à distância no Brasil, sobre este curso específico da Penn State, e sobre pósgraduação em geral no exterior.

Para começar eu procurei muito na internet e não encontrei nenhum curso completo de pósgraduação a distância em geoprocessamento. Encontrei algumas promessas, mas nada de concreto. O que acabei encontrando, e é bem interessante, foi um curso de extensão em geoprocessamento. O curso é dado pelo Laboratório de Multimídia da Unesp – Campus de Presidente Prudente, coordenado pela professora Arlete Meneguette, líder do Grupo de Pesquisa Aplicações da Multimídia na Cartografia. O endereço do curso é www.multimidia.prudente.unesp.br/cursos.htm . O curso está sendo dado experimentalmente em 2003 e deve ser implantado definitivamente em 2004.

Como escrevo sobre Geo e Internet, sempre utilizo a internet como fonte de informação para minha coluna. Para explicar melhor o que é um curso de extensão universitária eu fui à página do MEC (Ministério da Educação) em www.mec.gov.br e procurei por extensão na página www.mec.gov.br/Sesu/planonaex.shtm . A definição de extensão confere com o conteúdo dos vários e-mails que recebi: é uma tentativa de integrar a universidade à sociedade através do uso do conhecimento criado nas escolas para atender as demandas profissionais da sociedade. Simplificando, usar os recursos da universidade para complementar a formação de profissionais.

Mas voltando ao assunto da outra coluna, que gerou tantas perguntas – o curso de mestrado da Penn State em Geoprocessamento. Este é um curso de mestrado profissional que está ainda sendo criado aqui. O público alvo são profissionais que já trabalham na área de geo e não podem se afastar de seu emprego por um ano ou dois para completar o curso. O curso estará todo disponível on-line. Os alunos deverão se matricular, ter acesso ao material, fazer as provas e trabalhos, tudo, usando apenas a Internet. Como o curso ainda não foi aprovado as únicas informações disponíveis na internet estão em http://www.geog.psu.edu/news/mgis.html . O curso é em inglês e é necessário ser residente nos Estados Unidos para se matricular, portanto ele não é recomendado para a maioria das pessoas que me escreveu. Logo que o curso estiver estabelecido é a intenção da comissão organizadora abrir a opção internacional para que alunos residentes fora dos Estados Unidos possam se matricular. Um outro problema ainda é o alto custo de um curso como este. Embora o preço não esteja estabelecido, cursos semelhantes de mestrado profissional por aqui custam cerca de 20 mil dólares.

Como recebi também muitas perguntas sobre pós-graduação no exterior, aqui vão algumas informações. A primeira é que a obtenção de uma vaga num programa de pós-graduação no Estados Unidos é um processo muito competitivo. A procura é muito maior que a oferta e estudantes do mundo inteiro procuram vagas por aqui. Então é importante estar bem preparado. Um bom inglês, tanto falado como escrito, é fundamental. A melhor opção para bolsas é ainda o CNPq e a CAPEs, já que a disputa por bolsas também é fortíssima por aqui. Para se ter alguma vantagem nesta competição é bom publicar artigos em inglês tanto em conferencias como em boas revistas. Ir a conferências é uma boa oportunidade para se conhecer professores com os quais se queira trabalhar. O trabalho publicado em inglês fica sendo o seu cartão de vistas. O lado positivo é que alunos bons no meio acadêmico brasileiro geralmente tem um desempenho muito bom por aqui também. Então embora as oportunidades sejam muito disputadas, muitos alunos brasileiros conseguem vagas por aqui e fazem um trabalho excelente. A maioria das universidades publica na internet as regras de admissão e as oportunidades de bolsas. É só ficar de olho.

Frederico Fonseca
fredfonseca@ist.psu.edu
Doutor em Ciência da Informação Espacial pela Universidade do Maine
Professor na Escola da Ciência da Informação e Tecnologia da Penn State University nos Estados Unidos

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