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Mapas Georreferenciados revelam onde está o problema do SUS em São Paulo

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Um milhão de pessoas na capital paulista não têm acesso adequado à saúde, é o que revelou um levantamento feito recentemente pela Secretaria da Saúde do município.

O problema encontra-se na "porta de entrada" do sistema, os postos municipais, que dão o primeiro olhar ao paciente por meio de clínicos-gerais e pediatras para depois encaminhá-lo, se necessário, ao atendimento especializado. Segundo Osvaldo Donini, coordenador do Centro de Informação da Secretaria da Saúde, o estudo demorou a ser feito porque antes sua pasta não tinha recursos como software de georreferenciamento e impressoras que pudessem reproduzir grandes mapas para a análise.

O resultado deste grande problema é percebido em filas "silenciosas", que reúnem os que já desistiram de sair de casa devido às dificuldades de atendimento, ou nas aglomerações que dobram esquinas nos hospitais e postos. "Se você considerar ainda que 40% da população está nos planos de saúde, metade da população não usa ou não tem acesso ao SUS", diz o secretário municipal da Saúde, Gonzalo Vecina.

O trabalho de georreferenciamento identificou pelo menos 32 locais em que os paulistanos demoram mais de 30 minutos para chegar a uma UBS (Unidade Básica de Saúde): o posto municipal. "O correto é que a unidade não fique a mais de 30 minutos de casa", afirma Vecina.

Mapas da Saúde Paulista

O primeiro passo das 31 coordenadorias de saúde, explicou Donini, foi delimitar as áreas de influência das 386 UBSs existentes. A partir daí foram confeccionados mapas georreferenciados.

Depois que as coordenadorias verificaram os desenhos, apontando barreiras físicas nas áreas delimitadas – um córrego, por exemplo, os mapas foram refeitos e, em cima deles, foi projetada a população por setor censitário. A prefeitura calcula que cada unidade deva atender 25 mil pessoas.

Com a projeção da população do Censo sobre as existentes, verificou-se as que estavam acima de 50 mil pessoas. "Sinal de que é necessário fazer mais uma unidade na região", diz Donini.

A pasta não considerou as áreas de alto poder aquisitivo, em que há grande número de pessoas com planos de saúde, e privilegiou a periferia. Além dos 32 locais em que já se identificou a necessidade de mais postos – a maior parte coincidiu com reivindicações do Orçamento Participativo – foram projetados ainda outros três, prevendo-se o crescimento populacional. Ainda não foram definidas as áreas em que devem ser erguidos.

formações da Folha de São Paulo

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