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GPS e Galileo disputam apoio brasileiro

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Os norte-americanos estão apostando cada vez mais alto em seu filão geotecnológico: o GPS. Desta vez a novidade no segmento é o envolvimento do Brasil na campanha de aprimoramento da tecnologia. Os brasileiros foram convidados a enviar sugestões que possam contribuir para esta nova empreitada.

Há quem diga que o convite, feito por Jason Kim, analista do Departamento de Comércio dos Estados Unidos – durante o seminário "Aumente a Produtividade do seu Negócio com o Uso do GPS", realizado pela Amcham, em São Paulo, no dia 13 de setembro – seja em resposta a pretensão da Agência Espacial Européia de utilizar a base de Alcântara para lançar alguns de seus 30 satélites. Tudo para garantir atuação no mercado brasileiro.

O evento, que teve como objetivo mostrar as características da tecnologia, sua utilização e os benefícios de sua aplicação, apresentou o panorama do GPS no Brasil, traçado por Helio Kuga, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com informações colhidas pela agência Amcham UPDATE, uma das principais aplicações da tecnologia no país é o monitoramento de frota. A região amazônica também vem sendo protegida com uso do GPS, que, associado a aviões e ao Sistema de Informações Geográficas, informa sobre queimadas e desmatamentos. "Melhor controle do tráfego aéreo, segurança nas operações de decolagem e aterrisagem, otimização de rotas e menor consumo de combustível, são alguns dos benefícios dessa tecnologia", enumerou Kuga.

"Requisitos especiais que não estejam sendo atendidos no país devem ser levados, urgentemente, ao Departamento de Comércio, rumo ao desenvolvimento da tecnologia GPS", afirmou Kim.

Em operação desde 1993, o GPS é constituído por uma constelação de 24 satélites, posicionados de forma a cobrir todo o globo terrestre. O sistema é operado pela força aérea americana, mas tem aplicações militares e civis. Um dos mais tradicionais usuários do sistema é a indústria de mapeamento, mas ele vem sendo cada vez mais aplicado em serviços de rastreamento, navegação aeroespacial, agricultura de precisão e indústria de mineração.

"O sistema tem ainda um grande potencial de crescimento", apontou Kim, referindo-se a aplicações de uso mais recente nos Estados Unidos, como o monitoramento de crianças ou de animais. Ele acrescentou à informação que somente em hardware, o GPS movimentou US$ 9 bilhões em 2002.

Na avaliação de Lee Morin, do Departamento de Estado Americano, esse sucesso deve-se em grande parte por ela não cobrar taxas públicas para uso, nem taxas de licenciamento. "O sinal é aberto e gratuito", informou Morin.

Segundo Morim, os Estados Unidos estão empenhados em assegurar a interoperabilidade do GPS com o Galileo, sistema europeu de navegação por satélite que deve entrar em operação em 2008 para uso não-militar. "O máximo benefício à sociedade virá da compatibilidade entre os sistemas", afirmou, destacando que, ao contrário do GPS, o Galileo pode estar sujeito ao pagamento de taxas.

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