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O Futuro da Cartografia Brasileira

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Ensino técnico profissionalizante na área pode se tornar realidade no Paraná 2004

A falta de escolas de ensino técnico profissionalizante na área de Cartografia é um problema real que todos nós, produtores do segmento, enfrentamos. Esta deficiência só acompanha a realidade do nosso país, que possui problemas como este não só na área cartográfica, mas em todas as áreas da produção. Tentando reverter este quadro, a Associação Nacional de Empresas de Aerolevantamento (ANEA) está buscando junto a instituições governamentais a criação de cursos profissionalizantes para os técnicos desta área.

A produção cartográfica por processo aerofotogramétrico utiliza profissionais restituidores, reambuladores, editores e mais aqueles responsáveis pelas revisões e controle de qualidade. A questão é que estes trabalhadores não são formados em escolas. As empresas e instituições produtoras de Aerolevantamento assumem esta tarefa, investindo no futuro profissional por um período que pode variar de oito meses a um ano.

Primeiramente o aluno tem que ser contratado pela empresa ou instituição durante o período de sua formação. Esta contratação é precedida de uma seleção onde são aferidas as habilidades e características pessoais dos pretendentes. Os pré-requisitos dos selecionados são, além da formação escolar fundamental, o poder de concentração, a capacidade de percepção espacial e visualização em estereoscopia do modelo fotogramétrico. Além deste custo, há o investimento em profissionais para o ensino e treinamento, assim como no equipamento e softwares que hoje são empregados neste tipo de atividade.

Tudo isso sem contar que este investimento é de extremo risco. O empresário, sem alternativa, pode, ao término da formação, perder seu profissional para a empresa concorrente, que não tendo investido nada, terá a possibilidade de oferecer-lhe uma melhor remuneração. Mas, isto faz parte do jogo. Sabemos que quando o profissional entra no mercado o que vale é a lei da selva, ou melhor, da oferta e da procura.

"Esta iniciativa trará enormes benefícios ao setor, além de disseminar o conhecimento técnico em Cartografia neste nível tão importante para a sua produção"

Conhecendo os entraves que esta condição causa às empresas de aerolevantamento, a ANEA está disposta a dar conhecimento técnico na área de cartografia para a composição da ementa dos cursos, assim como equipamentos e recursos computacionais além de dados fotogramétricos e cartográficos para a realização dos cursos pretendidos. Basta somente os órgãos públicos quererem melhorar esta situação. A boa notícia é que o Departamento de Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná já demonstrou interesse pela proposta.

Temos o sentimento de que esta iniciativa, se vitoriosa como estamos certos de que será, trará enormes benefícios ao setor, além de disseminar o conhecimento técnico em Cartografia neste nível tão importante para a sua produção. Sem contar que as soluções para este tipo de problema geram o ambiente ideal para as parcerias entre as instituições públicas e as empresas privadas. Este é o exemplo de uma relação, que pela unidade de propósitos, pode-se dizer simbiótica. O Brasil só tem a ganhar.

Antonio Luiz Teixeira de Freitas
Engenheiro e Presidente da Associacao Nacional de Empresas de Aerolevantamento – ANEA
aluiz@aeroimagem.com 

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