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Entrevista: Jack Dangermond, presidente da ESRI

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Por Connie Winkler, IBI Magazine

Jack Dangermond é um visionário: ele via mapas e mais mapas quando lançou o grupo ESRI em 1969. Mais precisamente, Dangermond viu o mundo – e o futuro – geoespacialmente.

Hoje, a empresa é líder absoluta em sistemas geográficos de informação (GIS). A ESRI introduziu o GIS à internet e pavimentou o caminho para a Information Builders integrar essa tecnologia aos seus produtos como o WebFOCUS. O software da ESRI é utilizado por mais de 300 mil organizações, incluindo instituições do governo federal Norte Americano e agências cartográficas, 45 das 50 maiores companhias de petróleo, todas as estatais de saúde dos Estados Unidos, e dúzias de outras indústrias. Em todo o mundo, o software é utilizado por mais de 24 mil prefeituras e governos entre eles, Paris, Beijing, e Kuwait. Atualmente, a ESRI é a quarta maior companhia do mundo da indústria de software, possui 2,7 mil colaboradores e cerca de 100 subsidiárias e distribuidoras em todo o mundo.

Dangermond reconhece que foi o pioneiro em métodos de análises espaciais e um player influente em GIS, que recebeu numerosas premiações. Possui múltipla graduação em ciência ambiental, planejamento urbano e arquitetura paisagística.

Recentemente, em seu escritório em Los Angeles, Dangermond recebeu a visita do jornalista Connie Winkler e concedeu a seguinte entrevista à revista IBI Magazine, editada pela Information Builders, representada exclusivamente no Brasil pela InfoBuild.

Como o primeiro provedor de software de GIS, quais são os principais desafios que seus clientes se deparam em um mercado incrivelmente sofisticado, em se tratando de tecnologia?

Um dos principais desafios é a capacidade de efetivamente sintetizar todas as informações e dados coletados pelas organizações para acessá-los facilmente, com indicadores de desempenho, crescimento e sustentabilidade. Outro desafio é poder disseminar essas informações para um grande número de usuários de tal forma que eles possam entender rápida e eficientemente a mensagem. A combinação do GIS e business intelligence (BI) pode vencer ambos desafios ao oferecer ferramentas que conseguem acessar e analisar dados em tempo real, com flexibilidade suficiente para que os usuários, intuitivamente, assimilem e compartilhem as informações com os tomadores de decisão.

O que mudou nos últimos anos, a medida em que estamos mais "geograficamente" conscientes?

Duas grandes mudanças estão ocorrendo. Estamos evoluindo para um mundo mais controlado. A população está crescendo e o mesmo ocorre com a demanda e o consumo dos nossos limitados recursos naturais. Isso resultou na necessidade de maior consciência e entendimento de nosso mundo como um sistema. Ao utilizar tecnologia digital, conhecemos melhor a terra e transmitimos esse conhecimento para qualquer um, em qualquer lugar, instantaneamente. O GIS ajuda a criar maneiras de acessar, gerenciar e manipular dados para que as decisões sejam mais eficientes e faz com que as pessoas sejam mais "espacialmente conscientes". A combinação do GIS com o BI faz com que o trabalho de assimilar toda a informação coletada seja muito mais fácil e muito mais eficiente. O resultado é um sistema de informação geográfica inteligente que oferece uma "janela" de dados em tempo real. Isto permite o acesso rápido a dados precisos e, no fim da linha, as decisões são mais apuradas e certeiras.

Quais necessidades o BI pode resolver para o usuário de GIS?

O business intelligence oferece aos usuários GIS novas ferramentas de reporting e maior capacidade de acesso a dados. Imagine GIS como uma ferramenta de busca de informações no contexto de localização, enquanto que o BI permite o drill-down destas informações disponibilizando formatos de reporting de maneira clara e concisa. As duas tecnologias se complementam, aprimoram a análise mais precisa de dados e, por consequência, melhoram a tomada de decisão.

Além do BI, a iWay Software, subsidiária da Information Builders, oferece integração de aplicações com sistemas como SAP e Oracle, inclusive com outras fontes de dados mainframe. Em que contexto isso pode beneficiar os clientes?

Podemos afirmar que o benefício imediato é o acesso e integração aos sistemas legados. Esses dados podem ser acessados em GIS através dos adaptadores da iWay Software, incrementando significativamente a capacidade de integração de informações.

Os clientes da Information Builders e iWay são tipicamente grandes clientes, em que milhares de usuários utilizam o WebFOCUS para compartilhar informações. Como esta situação aproxima-se da realidade dos clientes ESRI e quais são suas necessidades onde o BI poderia ajudá-los?

Os clientes ESRI são tradicionalmente profissionais de GIS ou usuários técnicos, mas com a expansão do GIS, todos os colaboradores da empresa passaram a utilizar a tecnologia. Isto explica a sinergia das duas ferramentas, já que a solução da Information Builders proporciona acesso e capacidade de análises adicionais aos clientes ESRI.

No futuro, em que medida você considera que a tecnologia da Information Builders pode contribuir para os clientes ESRI? Em outras palavras, qual é o futuro da ESRI?

A ESRI está muito satisfeita com os benefícios dessa parceria oferecidos aos clientes. Continuaremos a apoiar e incrementar este relacionamento para oferecer ferramentas de BI e possibilitar o aumento da capacidade de tomada de decisão dos nossos clientes.

E o que você diria sobre o futuro do GIS?

Nos últimos anos percebemos como a tecnologia de GIS, e particularmente a internet, está evoluindo para tecnologia de "serviços" – oferecendo informação, dados e aplicações. Existe uma harmonia interessante relacionada a esses dois fenômenos. Se voltarmos no tempo e analisarmos a utilização de GIS, poderemos constatar que a tecnologia representava um mosaico ou um network de um grande sistema. Nossos esforços são sistematicamente direcionados em abstrair nosso planeta em uma base de dados que pode ser endereçada para todos os problemas do mundo. Nosssos esforços individuais são sistematicamente abstrair nosso planeta em uma base de dados digital que poderá ser utilizada para endereçar quase todos os problemas do mundo. Na minha opinião, os esforços coletivos do GIS estão sendo organizados em um grande sistema que resultará em uma sociedade planetária GIS. O esforço coletivo da comunidade de GIS está em processo de ser organizada em um sistema maior, que resultará na utilização de um GIS para a constante melhoria de nosso planeta. No que se refere à tecnologia, esse sistema está evoluindo para a integração da Internet com a teoria e métodos da solução GIS, em conjunto com soluções GPS -Global Positioning Systems – e utilização de computação remota e conceitos de web services. Sistemas de informação em tempo real, comunicação wireless e computação móvel também terão um papel importante.

E para finalizar, o que o surpreendeu com relação ao crescimento do GIS e em especial da ESRI?

Nosso crescimento envolveu investimentos na educação do usuário e de potenciais usuários de GIS como um instrumento importante na tomada de decisão. O que é surpreendente é a continuidade desses investimentos que a ESRI consegue fazer, mesmo se a economia não é favorável. Eu diria que o GIS é à prova de recessão e os benefícios dessa tecnologia justificam nossos investimentos.

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