"Não há e jamais houve imagens proibidas no Google Earth ou áreas escondidas com manchas negras, tampouco um presidente entrou em contato comigo afirmando que o programa é uma ameaça à segurança de seu país".
As palavras de Michael T. Jones, chefe de tecnologia das divisões Earth, Maps e Local do Google, ditas no GEOBrasil Summit 2006 fazem cair por terra qualquer especulação sobre um dos maiores fenômenos já vistos na internet.
Os números são proporcionais às polêmicas: em apenas um ano, mais de 100 milhões de pessoas fizeram o download de uma das três versões do Google Earth, Maps ou Local. "Parece que o público gostou, não é?", brincou Jones. E como.
Além das instalações, os APIs do Google Maps – também conhecidos como mashups – estão em 30 mil sites e há cerca de 130 mil citações sobre o tema em blogs. Para estimular a troca de informações e dados, um grupo de usuários criou a Google Earth Community, uma comunidade independente que conta com quase 600 mil membros ativos, discussões em tempo real e novos posts a cada segundo.
Jones explica que a empresa apóia incondicionalmente iniciativas como essa, já que um dos grandes trunfos do Google Earth é a possibilidade de interagir e inserir dados ao programa. "Hoje temos 100 milhões de pessoas construindo o mundo através do Google SketchUp, por exemplo", disse com exclusividade ao MundoGEO.
Passado
Em 2001, o engenheiro Michael T. Jones fundou na Califórina a Keyhole, pioneira em mapeamento 3D e a única a disponibilizar na internet um mapa digital da Terra em três dimensões.
Dois anos depois, a empresa já era líder no segmento. Em 2004, após meses de negociação, a Keyhole foi incoporada à Google, dando início, assim, à febre da cartografia digital que testemunhamos hoje.
Futuro
A Google segue uma política de não divulgar cifras ou falar sobre planos futuros.
O articulado Jones, no entanto, não contem o discurso quando o assunto é o próximo passo dos sistemas de informações geográficas.
Apaixonado por geografia desde garoto, quando assistia fascinado ao seriado "Jornada nas Estrelas", ele crê que a popularização do GIS é uma maneira de promover o progresso e a integração mundial. "Atualmente, os usuários de GIS não são apenas especialistas, são todos".
"Estamos sempre em busca dos melhores dados possíveis. E é exatamente isso que queremos proporcionar: resolução cada vez menor em todas as partes do planeta", afirmou, destacando que a Holanda tem hoje precisão de 15 centímetros, enquanto Alemanha e Reino Unido estão representados com apenas 25 centímetros.
Michael prevê que em dois anos haverá pelo menos dois metros de acurácia no mundo todo.
"Muitas pessoas têm problemas e não sabem como resolvê-los. Este é o nosso trabalho, procurar soluções para os usuários", finalizou.
Michael T. Jones
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