A Tecnologia de Informação(TI) vem se difundindo cada vez mais dentro das organizações, trazendo grandes benefícios nas áreas operacionais, táticas e estratégicas das mesmas. Neste contexto, o Geoprocessamento é um dos ramos da TI que tem despertado muito interesse, principalmente pela sua forma de atuação na área de controle e gestão, e pela necessidade que as organizações têm de um controle espacial dos dados.
Por ser uma nova tecnologia, os projetos na área de Geoprocessamento possuem um alto grau no risco dos investimentos, exigindo das organizações a necessidade de contratação de consultorias e grupos de pesquisa. Por este fato, ainda são poucas as corporações que estão preparadas para implantação de projetos desse porte.
Existem diversas tecnologias para auxiliar o desenvolvimento de aplicações SIG, dentre estas, destacam-se inclusive frameworks e aplicativos que se baseiam na filosofia de software livre, reduzindo assim o custo do desenvolvimento de projetos desta natureza.
Neste artigo serão abordados algumas destas tecnologias.
O Geoprocessamento é uma área multidisciplinar que envolve diversas ciências, tendo como exemplo, a cartografia e a geografia. A dependência da coleta de dados, definição de metodologias de trabalho, tratamento das bases cartográficas e de dados alfanuméricos, bem como o processo de extração de dados, fazem com que esta área esteja intimamente ligada à TI (Tecnologia da Informação).
Dentro da área de Geoprocessamento existe o SIG (Sistema de Informação Geográfica) que, assim como a maioria dos sistemas de informação, é formado por componentes de hardware, software e peopleware (pessoas).
Quanto maior a utilização desses elementos, mais completa será a solução. Geralmente, após o desenvolvimento de um SIG, são feitas análises da saída dos dados espaciais georreferenciados para resolver questões complexas em planejamento e gerenciamento.
Estes sistemas utilizam os dados cartográficos e os dados alfanuméricos associados às coordenadas dos mapas, produzindo informações geográficas que permitem a realização de análises espaciais para a compreensão e gestão do espaço geográfico.
Nas empresas prestadoras de serviços, tais como concessionárias, os sistemas SIG podem ser utilizados para apoiar atividades relacionadas ao uso e ocupação do solo, infra-estrutura, serviços públicos, transportes, saúde, educação, meio ambiente, dentre outras. Comumente, um projeto de um SIG é complexo exigindo altos investimentos financeiros.
Portanto, para implantação deste tipo de projeto sempre é importante fazer uma análise técnica detalhada.
Implementação de um SIG para Web
Com a evolução do Geoprocessamento, muitas aplicações com arquiteturas diferentes surgiram para apoiar o desenvolvimento de projetos SIG para Web. Para um desenvolvimento neste contexto existem três arquiteturas de implementação, que se classificam em: applets, servlets ou aplicativos usando Common Gateway Interface (CGI).
Applets são aplicações do tipo cliente que permitem interatividade do usuário com a aplicação, sendo indicadas para produzir interfaces gráficas mais completas.
Servlets são aplicações do tipo servidor, porém não permitem tanta interatividade como os applets, não sendo muito indicadas para interfaces gráficas.
Common Gateway Interface é uma forma de permitir a comunicação de uma linguagem de programação clássica, como C ou delphi, com o padrão Hyper Text Transfer Protocol (HTTP).
AlovMap
O AlovMap é um aplicativo applet desenvolvido pela universidade de Sidney especificamente para apoiar o desenvolvimento de projetos SIG. Este aplicativo é gratuito e permite a publicação de dados nos modelos vetorial e matricial, possibilitando a interação com o mapa nos navegadores Web.
O AlovMap suporta ainda navegação ilimitada no mapa, múltiplas camadas (podendo ser superpostas), mapas temáticos com legendas, dados geográficos e atributos ligando endereços da Internet com banco de dados SQL. Uma outra característica muito importante do AlovMap é a compatibilidade com os formatos de arquivo de dados SIG mais comuns como o SHAPE (.shp), o ArcView/ESRI, MIF e (MapInfo File)/ MapInfo.
Existe também a compatibilidade com formatos matriciais GIF (Graphics Interchange Format), JPG (Joint Photographic Group), MrSID (Multi-resolution Seamless Image Database – www.lizardtech.com) e Web Map Server (WMS) do consórcio OpenGis. A figura 1 ilustra uma aplicação desenvolvida através deste aplicativo.
->Figura 1 – Exemplo de uma aplicação desenvolvida com o AlovMap
KIDS (Key Indicator Data System)
O KIDS é um framework desenvolvido pela FAO/WAICENT com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento de sistemas GIS. A sua implementação é toda baseada na linguagem de programação Java, sendo assim independente de plataforma e facilmente personalizada.
Este framework possui como principais características:
· Criação e visualização de mapas temáticos
· Utilização de Funções analíticas
· Conexão com banco de dados
· Compatibilidade com formatos de mapa ESRI Arc/Info, shapefile, MapInfo MIF/MID
A figura 2 demonstra uma aplicação que foi desenvolvida com a utilização deste framework.
->Figura 2 – Uma aplicação desenvolvida com o framework KIDS
CGI MapServer
O MapServer é um CGI desenvolvido em C++ pela universidade de Minnesota. Os seus desenvolvedores utilizaram plataformas de código aberto como shapelib, freetype, perl, entre outros. Uma característica importante do mapserver é o suporte a MapScript, pemitindo assim que linguagens scripts, como por exemplo PHP, acessem a sua API(application programming interface) C.
O MapServer trabalha com o formato vetorial sahpefile do ArcView, bem como formatos matriciais Tiff, Gif, jpeg, entre outros.
Planejamento
É necessário planejamento na escolha de uma tecnologia que auxilie e dê suporte ao desenvolvimento de um projeto GIS. As tecnologias apresentadas aqui neste artigo são equivalentes em termos de funcionalidades, diferindo principalmente no modo de implementação (java ou C++/CGI).
Além de todas as tecnologias vistas aqui, existem algumas opções proprietárias para publicação de mapas na web.
Referências
http://alov.org/index.html
http://kids.fao.org/mapserver.gis.umn.edu
Gilberto Câmara, Marco A CasaNova, Andrea S. Hemerly, Geovane Cayres Magalhães e Claudia Maria Bauzer Medeiros. Instituto de Campinas. 1996. Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica
Helder Guimarães Aragão
Bacharel em Ciência da Computação
UNIT (Universidade Tiradentes) Aracajú – SE
Pós-Graduando em Sistemas de Informação com Ênfase em Componentes Distribuídos e Web – FRB Faculdade Ruy Barbosa, Salvador-BA
Professor de Sistemas de Informação FIB Centro Universitário da Bahia
Analista de sistemas da EMBASA – Empresa Baiana de Saneamento
helderaragao@yahoo.com.br
José Pedro dos Santos Neto
Bacharel em Administração com Habilitação em Análise de Sistemas
Faculdade Jorge Amado, Salvador – BA
Trabalha e desenvolve projetos GIS há 10 anos.