A caatinga sofreu em 28 anos redução de 82,81% em Araripina, no Sertão de Pernambuco, segundo pesquisa. O levantamento, com base em imagens de satélite, mostra que, dos pouco mais de 93 mil hectares existentes em 1973, restavam apenas 51 mil em 2001.
O agrônomo Joadson de Souza Santos, que apresentou o resultados em dois eventos científicos – o 2º Congresso Nordestino de Ecologia e o Geonordeste 2006 – pretende agora fazer o monitoramento semestral da vegetação de Araripina, com 1.847 quilômetros quadrados.
Para isso, precisa de financiamento para a aquisição, a cada seis meses, de uma imagem de satélite. Os equipamentos para acompanhar a evolução do desmatamento no lugar incluem ainda um laptop, um aparelho GPS e uma câmera digital.
O objetivo é emitir boletins semestrais sobre o desmatamento. Outra recomendação do trabalho de mestrado é a seleção de áreas prioritárias para recuperação da vegetação nativa. "É necessário ainda recuperar as microbacias, também impactadas pelo desmatamento", avalia o pesquisador.
Em sua pesquisa, Santos analisou duas imagens do satélite Landsat, uma de 1973 e outra de 2001. O trabalho faz parte da dissertação do agrônomo para o mestrado no Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), defendido em agosto.
O pesquisador lembra que, além de reduzir a oferta de lenha, o desmatamento elimina plantas frutíferas e medicinais. "Também se constitui numa ameaça à fauna e ao solo, que pode ficar degradado", alerta.
Caatinga
A caatinga é o único ecossistema exclusivo do território brasileiro – a mata atlântica, o Pantanal e a floresta amazônica se estendem por outros países.
Originalmente se estendia por 734.478 quilômetros quadrados, o equivalente a 70% do Nordeste e 11% do território nacional. Vinte e sete e meio por cento – 201.768 quilômetros quadrados – deram lugar à agricultura e à agropecuária.
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