A utilização de ontologias na recuperação da informação e no compartilhamento de conhecimento.
Nos últimos anos, o grande volume de dados disponíveis tem conferido importância significativa às técnicas de organização da informação. Essas técnicas buscam melhorias no tratamento de dados, atuando em sua seleção, processamento, recuperação e disseminação. Apesar da grande quantidade de dados geográficos disponíveis, não existe um formato padrão de armazenamento, dificultando sua integração e utilização. Na medida em que este volume de dados cresce, também aumenta a necessidade de gerenciá-los.
Dados geográficos possuem características específicas que dificultam o gerenciamento, tais como: grande volume a ser processado; heterogeneidade de tipos de dados e de ambientes (software e hardware); além de armazenamento com pouca centralização. Essas características dificultam ainda mais sua recuperação e integração. Somam-se a isto os principais problemas enfrentados pelos usuários na busca de informações geográfica: os dados não existem ou estão incompletos; não se conhece onde estão ou são insuficientes. Além disso, a qualidade dos dados recuperados é difícil de ser medida.
Diante deste cenário, o uso de ontologias tem recebido atenção na organização do conteúdo e compartilhamento de conhecimento. Ontologias são teorias que especificam um vocabulário relativo a um determinado domínio. Este vocabulário define entidades, classes, propriedades, predicados e funções, e as relações entre estes componentes. Ao criar ontologias é necessário observar certos requisitos básicos como:
• Clareza: uma ontologia dever ser capaz de expressar claramente o significado de cada termo;
• Extensibilidade: uma ontologia dever ser projetada de formar a permitir a definição de novos termos sem a necessidade de modificar as definições já existentes.
Como foi dito, ontologias definem regras que regulam a combinação entre termos e relações em um domínio de conhecimento. Um dos produtos gerados quando uma ontologia é criada chama-se modelo de conceitos, cujo objetivo é expressar todos os conceitos existentes de um determinado domínio, ou seja, quando eles são identificados estamos gerando também um modelo de conhecimento.
Os usuários podem formular consultas usando conceitos definidos na ontologia e, assim, capturar os dados independentes de onde estiverem promovendo melhorias nos processos de recuperação da informação.
Uma das vantagens no uso de ontologias é a possibilidade da manutenção e explicação de tudo que ocorre dentro de um determinado domínio de conhecimento, além de habilitar o re-uso do conhecimento. Outra vantagem é que o conhecimento não fica nas mãos de usuários mais experientes, mas sim em um modelo que pode ser acessado e compartilhado por todos.
Ontologias podem ser usadas para determinar um significado único sobre determinado conceito. Por exemplo, um conceito pode assumir várias definições de acordo com o contexto. Para um engenheiro ambiental uma floresta é um elemento natural. Para um madeireiro a floresta é uma fonte de recurso, já para um biólogo uma fonte de pesquisa. Quando usamos ontologias podemos determinar para o termo “floresta” um conceito único que independente do contexto seu significado será o mesmo, assim o termo floresta em ontologias poderia ser definido como “Formação arbórea densa, na qual as copas se tocam”.
Dessa forma, o uso de ontologias permite a integração de informações e compartilhamento de bases de conhecimento distribuídas, contribuindo para a maior disponibilidade de informação.
Cloves Antonio W Junior
Analista de Sistemas
cloves@inflor.com.br
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