Fernando A. Salla, membro da equipe Atech – projeto CELESTE, fala sobre o mercado de serviços baseados em localização, também conhecidos pela sigla Location Based Services (LBS)
Tempo é dinheiro, esta velha máxima nunca foi tão apropriada como na correria e agitação da sociedade moderna. Um contra-tempo qualquer, como ter o pneu furado por exemplo, pode causar a perda de um bom negócio e gerar grandes prejuízos.
Foi dentro deste contexto – da necessidade de não se perder tempo e de facilitar o auxílio e a movimentação – que surgiram os serviços baseados em localização ou simplesmente LBS.
Os serviços de LBS nada mais são do que aplicações voltadas às necessidades de usuários móveis. Baseiam-se em agregar valor a informação geográfica de localização do usuário.
No exemplo citado anteriormente, o usuário poderia facilmente não só encontrar a borracharia mais próxima, como também solicitar o socorro imediato e reportar a empresa o atraso gerado pelo contra-tempo, caso estivesse munido de um celular, palm, notebook ou qualquer outro dispositivo móvel com o serviço de LBS disponível.
Os serviços de LBS estão segmentados em serviços ativos (push) e passivos (pull) da seguinte maneira:
– LBS ativos: as informações são enviadas de forma pró-ativa, desde que autorizadas previamente pelos usuários. Funcionam como alertas de texto simples (tipo SMS ou até mesmo MMS no caso dos celulares), e podem contemplar, não somente promoções, descontos e liquidações, dentre vários outros serviços, mediante a movimentação dos usuários;
– LBS passivos: as informações ficam armazenadas em servidores ou, dependendo do serviço, nos próprios aparelhos móveis dos usuários, sendo acessadas a qualquer momento.
Dentre os diversos meios de se obter a informação de localização, o mais simples é o do próprio usuário informá-la ao sistema. As outras consistem na determinação de posicionamento por triangulação de ondas de rádio, ondas de televisão, estações rádio-base e satélites.
A determinação de posicionamento por satélites é a metodologia mais difundida devido a maioria das aplicações de mercado estarem baseadas nos sistemas globais de navegação por satélites (GNSS). Atualmente os sistemas GNSS são de controle militar e o sinal aberto liberado para uso civil possui deficiências, fazendo com que tenham de ser combinados a outros sistemas para garantir a integridade e proporcionar o nível de cobertura ideal para o uso de aplicações de LBS.
Porém, com a implantação de novos sistemas GNSS, tais como o europeu Galileo, tais deficiências serão corrigidas e outros parâmetros serão implementados, proporcionando uma nova gama de serviços e aplicações, como:
– Serviços de rastreamento: geralmente utilizados para rastrear crianças, idosos, deficientes e pessoas com mal de Alzeimer;
– Serviços de informação e navegação: mais utilizados como consulta a mapas, guias, previsão de tempo, condições de tráfego e navegação de um ponto a outro;
– Serviços de assistência a emergências: utilizados pelas polícias, ambulâncias, bombeiros e defesa civil;
– Serviços de rede: melhoram o nível de serviço de comunicação conforme a posição do usuário.
O mercado de telefonia móvel é o mais adequado para receber os serviços e aplicações do setor de LBS, devido ao fato de já possuir uma infra-estrutura instalada e em operação. Atualmente são cerca de 90 milhões de aparelhos celulares ativos só no Brasil, e os operadores brasileiros vêm buscando novas alternativas para driblar a forte concorrência no setor, investindo no lançamento de serviços de valor adicionado e na otimização das redes instaladas.
Tais investimentos, aliados a uma estratégia de implantação que respeite os aspectos culturais de cada mercado, beneficiam e fomentam diretamente o setor de LBS, fazendo com que suas aplicações se tornem as grandes vedetes tecnológicas para o final desta década.
–>Exemplo de uso de LBS para busca e salvamento
Glossário
SMS: Short Message Service
MMS: Multimedia Messaging System
Galileo: Europe’s own global navigation satellite system