O geoprocessamento é um conjunto de ciências técnicas e tecnologias, com o objetivo de realizar aquisições, armazenamento, gerenciamento, processamento e distribuições de dados e informações geograficamente referenciadas.
As novas tecnologias de geoprocessamento, aliadas às ciências humanas, torna mais fácil e dinâmica a espacialização dos dados e elaboração de mapas temáticos, além de mostrar novas perspectivas e possibilidades de estudo. A utilização dessas tecnologias nas escolas e universidades desperta o interesse do aluno e faz uma conexão importante entre o ensino e o mercado de trabalho, pois novos e importantes cargos têm sido criados tanto em empresas públicas como privadas, para profissionais que saibam aliar geoprocessamento e ciência.
O curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás tem buscado mudanças com a inclusão do geoprocessamento como disciplina para a licenciatura e bacharelado, destacando-se na instituição a atuação do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG), o qual atua em nível regional e nacional com análises, projetos e pesquisas.
Atualmente, são diversas as áreas que utilizam o geoprocessamento como ferramenta de trabalho, tais como: saúde, recursos naturais, transportes, comunicações, energia, planejamento urbano e regional, entre outras.
Ouro, Diamante e Esmeralda
Mais especificamente em relação aos recursos naturais, sobretudo aqueles de fontes não-renováveis, o geoprocessamento tem-se mostrado primordial no gerenciamento destes. Neste trabalho é demonstrada a espacialização e quantificação em cada município do Ouro, Diamante e Esmeralda no estado de Goiás utilizando o geoprocessamento.
Dentre os minerais analisados, o que aparece em maior quantidade no Estado Goiás, é o Ouro. Predomina no estado a mineração na sua forma mais simples, datando algumas lavras de antes 1722, ano da fundação da Cidade de Goiás, hoje patrimônio Histórico da Humanidade. Os principais depósitos auríferos no Estado de Goiás estão localizados nos municípios de Crixás, Faina, Goiás, Guarinos, Pilar de Goiás, Fazenda Nova, Iporá, Israelândia, Mara Rosa, Novo Horizonte, Cavalcante e Niquelândia, Monte Alegre de Goiás e Nova Roma.
Outras ocorrências são verificadas no município de Anicus, Aurilândia, Barro Alto, Hidrolina, Ipameri, Mairipotaba, Minaçu, Piranhas, Pirenópolis, Porangatu, Teresinha de Goiás, Santa Teresa e Uruaçu. A demanda mundial por ouro está constituída pela soma das quantidades demandadas pela indústria adicionadas daquelas absorvidas pelos setores públicos e privado, o ouro coloca o Estado de Goiás em destaque a nível nacional.
Entre a extração de pedras preciosas destaca-se a do Diamante, nome que vem do grego inconquistável, indomável, sua resistência à lapidação é de 140 vezes superior ao coríndon. Apenas 20% de todos os diamantes encontrados são utilizáveis na joalheria, a maioria deles tem utilidade técnica (industrial).
As principais ocorrências de Diamante em Goiás estão localizadas nas regiões sul e sudoeste do estado e estão relacionados com as aluviões dos rios Paranaíba, Araguaia, Aporé, Veríssimo, São Marcos, Claro, Pilões, Caiapó, Verde, Bonito, Piranhas, e o Santo Maria. São conhecidas também ocorrências de diamante nos municípios de Cavalcanti, Niquelândia, Colinas, Posse e Cidade de Goiás.
Analisamos a distribuição de Esmeralda, as principais ocorrências desta gema, conhecidas no Estado de Goiás, encontram-se no município de Campos Verdes, Itaberai, Porangatu, Minaçu, Pirenópolis e Mara Rosa. A atividade de garimpagem no município de Campos Verdes foi iniciada em 1981, na época fazia parte do município de Santa Teresinha de Goiás. Em Itaberaí, a ocorrência desde o século XX.
De 1980 a 2002 aumentou a quantidade de esmeralda produzida sem alterar o valor negociado, indicando que ao longo do período houve uma queda na qualidade das pedras, existindo grandes volumes que não se destinavam para lapidação, mas sim para ornamentação.
->Quantificação de Ouro, Diamante e Esmeralda por município
->Espacialização do Ouro, Diamante e Esmeralda no Estado de Goiás
Importância para o Estado de Goiás
No estado de Goiás há uma incessante pesquisa e busca por novas jazidas, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no período de 2001 a 2005 o requerimento por pesquisa nessa área cresceu 113%, segundo o DNPM, em 2005 foram apresentados dez relatórios de pesquisa para Ouro e cinco para pesquisa com diamantes. Goiás desde sua origem atraiu muitas pessoas em busca de ouro que já rendeu e rende grandes somas para o estado.
Isso faz alterar a dinâmica populacional das cidades que recebem as mineradoras, já que em Goiás o Ouro encontrado é de Aluvião e se esgota rapidamente. Em 2005 o Ouro produzido no estado de Goiás rendeu o equivalente a R$ 310.582.568,11. Soma que o coloca entre um dos maiores produtores de pedras preciosas e insere o estado na economia global.
Observamos que o geoprocesssamento deve ser mais divulgado, principalmente entre as universidades que são geradoras e divulgadoras de conhecimento cientifico. Não apenas para os cursos de bacharelado, mas também para a licenciatura, pois o conhecimento da realidade espacial deve ser aplicado tanto na pesquisa quanto no ensino.
Destacamos também a importância de disciplinas voltadas para a tecnologia e informática em cursos como o de geografia, pois é preciso dados, informações, mapas e imagens atualizadas e de boa qualidade, o que é feito com sensoriamento remoto e geoprocessamento.
Agradecimentos
Ao Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento) e ao IESA (Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (LAPIG).
Reuvia de Oliveira Ribeiro
Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás
Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET)
reuvia@geografia.grad.ufg.br
Noely Vicente Ribeiro
Cartógrafa
Professora de Geoprocessamento do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal de Goiás
noely.ribeiro@iesa.ufg.br