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Minas Gerais em busca de uma base única

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Por Eduardo Freitas Oliveira

O Estado de Minas Gerais está prestes a ganhar uma poderosa ferramenta para a gestão plena do seu território. Uma base cartográfica nova em folha de todo o estado, na escala 1:10.000, deverá estar disponível nos próximos anos para todos os níveis da administração pública.

A administração pública estadual contempla inúmeros planos, projetos e estudos que necessitam de cartografia e informações georreferenciadas. Além disso, a base cartográfica é, por si só, um instrumento de gestão com informações setoriais sobre um mesmo território.

O projeto estruturador mineiro chamado Qualidade e Produtividade do Gasto Setorial avalia e coordena contratações globais de serviços. É nesse contexto que se iniciam as negociações para viabilizar a aquisição do material necessário à produção do mapeamento. Os principais parceiros na viabilização do projeto são as áreas de meio ambiente, desenvolvimento urbano e regularização fundiária.

Tecnologia

A tecnologia proposta para o mapeamento, baseada no processamento dos dados somente por computadores, teve início como uma tese de mestrado. Com base na obtenção de mosaicos completos de ortofotos e altimetria de alta precisão, a tecnologia utiliza mão-de-obra humana apenas para validação dos dados, a partir unicamente de imagens digitais e  respectivas orientações.

A automatização do mapeamento é importante, pois se o processo levar dez anos para ser executado não terá utilidade. Este tipo de avanço tecnológico em relação aos métodos antigos é decisivo para a produção, em tempo hábil, de cartografia em escala grande, o que em um estado com 590.000 km2 só se viabiliza se for possível a transferência de tarefas do processo manual para o automatizado.


->Restituição Digital

Além disso, a tecnologia permite gerar outros produtos para ampliar a aplicação do material original, servindo não só à administração pública estadual, mas também para o cumprimento do Estatuto das Cidades pelos municípios.

Caso todo o trabalho fosse realizado em apenas um ano, a expectativa da estrutura necessária para criar as 20 mil cartas seria a seguinte:

Um cluster de 300 computadores Cots (prateleira) totalizando aproximadamente nove teraflops de processamento e 500 Terabytes de armazenamento;

Pixel digital de 60 cm, obtendo como produto final uma imagem 3D de 6,5 Terabytes de tamanho (1,6 Terapixels).

Segundo os idealizadores do projeto, o vôo necessário para o mapeamento deverá ser executado com as proporções de recobrimento 80/40, e não o usual 60/30, para representar melhor as edificações e as regiões com relevo acidentado, como por exemplo café em terrenos escarpados.

Passos

O primeiro passo para o projeto foi uma reunião com todos os usuários de mapas, na qual foi definida a qualidade e a resolução da imagem. Após isso, a questão recaiu sobre qual a cartografia a ser usada. Para a qualidade do produto, a escala 1:10.000 mostrou-se compatível com a resolução da imagem.

A fase atual é de estudo de viabilidade para a execução de quatro anos de compra coletiva, e o próximo passo será a definição da característica da aquisição das imagens.

Articulação

Atualmente, pesquisas estão represadas por falta de base cartográfica em Minas Gerais. A base existente está na escala 1:50.000 ou 1:100.000. Na região metropolitana de Belo Horizonte há mapas na escala 1:25.000, porém eles são da década de 70.

O novo mapeamento tem o objetivo de obter informação para o desenvolvimento do Estado. Há uma grande articulação para garantir a viabilidade do projeto. O Estado de Minas Gerais é muito extenso, não cabe em somente 1 fuso UTM, e precisa urgentemente de uma base confiável e atualizada.

Com informações de Cláudia Lúcia Leal Werneck, diretora do órgão de pesquisa do Governo do Estado de Minas Gerais

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