Por Fabiano C. Nogueira
Digi3D é uma estação fotogramétrica digital que permite o registro de entidades geográficas a partir de imagens aéreas, câmeras cônicas analógicas e digitais (Leica ADS40, Intergraph Digital Mapping Camera System, Vexcel UltraCamD), de satélites (Ikonos, QuickBird) e procedentes de fotogrametria terrestre. O Digi3D é um sistema padrão na Espanha, onde tem mais de 500 licenças instaladas por todo o país e também em Portugal, Peru, Colômbia, Índia, Indonésia e Brasil.
Dispõe de todas as ferramentas necessárias para empreender qualquer tipo de trabalho, ou unicamente um processo de restituição digital, sendo possível tratar temas como geração automática de pontos, mediante a correlação TIN/curvas de nível, geração de entidades topológicas para cadastro e modelos de elevação para geração de mapas temáticos, correlação radiométrica automática e transformações espaciais, entre outras aplicações.
A interface com o usuário é muito amigável e intuitiva: o operador aprende rapidamente a manusear o programa, com pouco treinamento. O software é baseado na tecnologia OpenGL e é facilmente configurável por parte do usuário, permitindo configurações desde um único monitor até 16 monitores, com diferentes resoluções e mostrando vistas estereoscópicas em todos. A interface do usuário é implementada em espanhol e inglês, e pode ser traduzida para qualquer idioma.
A grande inovação da estação Digi3D é operar nativamente em diversos formatos de CAD, como bin, dwg, dgn, shapefile e geomídia.
Vamos mostrar o passo a passo de uma ferramenta para automatização da edição de arquivos vetoriais, nos diversos formatos operados pela estação. Trata-se da Ordem BINTRAM.
Esta ordem serve para a automatização da edição de arquivos desenhados, permitindo ao usuário:
Corrigir automaticamente erros em intersecções e linhas não conectadas;
Detectar cruzamento entre linhas, revisando as tolerâncias em Z;
“Tramificar” entidades;
Detectar entidades duplicadas;
Juntar entidades para eliminar os possíveis nós sobrepostos.
Ao executar a ordem, aparecerá a seguinte janela de diálogo:
Passo 1: Selecionar a tabela
O usuário deve selecionar a tabla (tabela) de códigos que utilizará no processo. Esta tabla é um arquivo de texto onde estão listados os códigos das entidades que serão editadas, nesta ordem. Cada código estará escrito em uma linha do arquivo, e perfeitamente justificado à esquerda. As letras maiúsculas e as minúsculas são interpretadas pelo Digi como códigos diferentes. Pode-se usar o símbolo “*” como parte de um código, para fazer referência a um grupo de níveis, sem necessidade de listar um a um. Por exemplo: 1401* refere-se a todos os códigos que iniciam por 1401. Por default se buscará os arquivos com extensão TAB, mas pode-se utilizar qualquer outra. Neste caso, deve-se optar por todos os arquivos, em ”Tipo de Arquivos”, para poder realizar a seleção do mesmo. Uma vez selecionada a tabla, aparecerão listados os códigos no campo correspondente, junto a uma opção para sua ativação ou desativação.
Na continuação, serão explicados os diferentes passos e opções do processo BINTRAM.
Passo 2: Corrigir erros automaticamente
Ao marcar a opção, o usuário poderá corrigir os erros de linhas não conectadas, ou linhas que se sobrepõem. Neste caso, o programa buscará linhas que se encontrem próximas de outras, a uma distância menor que a tolerância mostrada, e as estenderá até interceptar corretamente outra entidade. No caso de linhas que se sobrepõem a outras, em uma distância menor que a especificada, também se recortará o segmento sobressalente.
Passo 3: Detectar cruzamento entre linhas
Aqui o usuário pode selecionar uma das seguintes opções:
Não buscar cruzamento entre as linhas;
Inserir um vértice no ponto de cruzamento das linhas;
Dividir as linhas por um ponto de cruzamento;
Gerar um erro nos cruzamentos entre linhas;
Gerar um erro nos cruzamentos entre linhas, se as diferenças em Z forem superiores ao valor “Tolerância Z”. Ao marcar esta opção, será habilitado o parâmetro de Tolerância Z, para que o usuário possa especificar esse valor.
Passo 4: Detectar linhas não conectadas
Opções:
Não buscar linhas conectadas;
Marcar como erro os extremos das linhas não conectadas;
Marcar como erro os extremos das linhas não conectadas quando localizar outra entidade a uma distância inferior à “Distância máx”.
Passo 5: Detectar entidades duplicadas
Opções:
Não buscar entidades duplicadas;
Marcar como erro as entidades duplicadas;
Apagar entidades duplicadas;
Na parte direita pode-se especificar que tipo de entidades buscar: linhas, pontos ou textos.
Passo 6: Unir linhas
Opções:
Não unir linhas;
Unir linhas que são, ou não, do mesmo código, tendo ou não as mesmas coordenadas em seus pontos de união;
Unir linhas unicamente se elas tiverem as mesmas coordenadas no extremo, independentemente dos seus códigos de origem.
Gerar um arquivo de erros: o BINTRAM gera por default um arquivo de extensão bin, que carregará como arquivo de referência ao término do processo. Neste arquivo aparecerão os símbolos que assinalarão os erros.
Passo 7: Corrigir os erros
Clicando-se sobre “Configurar” aparece a seguinte janela, na qual se poderá especificar as direções e o nome do arquivo de erros.
Por default, está marcada a opção de carregar os arquivos de erros como arquivos de referência e eliminar os arquivos de erros, se existirem. No lado direito aparecerão os códigos dos símbolos de erro que serão gerados. Cada tipo de erro poderá ter outro código, para uma melhor diferenciação. É possível também especificar o tamanho do erro em metros.
Resultados do processo BINTRAM: a ordem BINTRAM ajudará o usuário a detectar e corrigir erros mediante ao arquivo de erros no formato bin e na saída de resultados na “Janela de Tarefas” e na “Janela de Resultados”.
A Janela de Tarefas mostrará um aspecto parecido com o da seguinte imagem.
A coluna Descripción informa ao usuário o tipo de erro. Por exemplo: Intersecção de linhas, Erro de extremos ou Linha duplicada, etc..
Na coluna de Información da entidade é discriminado o erro. O usuário poderá segui-lo automaticamente, ou dar duplo clique nos campos de erro das janelas, para que o cursor vá automaticamente ao erro correspondente para correção. Também é possível marcar a opção situada à esquerda do campo para ter controle dos erros corrigidos e por corrigir.
Resultados
Na próxima aba, Janela de Resultados, aparecerá a informação da seguinte maneira: a tabela de códigos onde foi realizado o processo, e o número de erros de intersecções de polígonos, extremos e entidades duplicadas.
Fabiano C. Nogueira é engenheiro cartógrafo
Base Aerofotogrametria e Projetos S.A.
fabiano.nogueira@baseaerofoto.com.br