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Para enfrentar a crise, empresas de GEO se organizam

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O sonho

No início de 2009 as empresas do setor de produtos e serviços relacionados às geotecologias vão anunciar a criação de uma entidade que os represente. Depois de várias reuniões, as principais empresas deste setor resolveram deixar de lado suas diferenças e sentar numa mesa para discutir questões comuns relacionadas ao mercado. Marcos regulatórios, legislação, regras para licitações, certificações, código de ética, apoio a eventos e a publicações, ações de divulgação e marketing, montagem de projetos nacionais, convênios com universidades são alguns dos assuntos em pauta. 

A proposta desta iniciativa é fortalecer o setor, mapear seu tamanho e dimensionar quanto ele representa na economia nacional. Estão previstas a montagem de câmaras setoriais nas áreas de coleta, processamento e análise de dados. A idéia é reunir as empresas que comercializam equipamentos para agrimensura e cartografia, softwares de processamento de dados e análise geográfica, imagens de satélite e prestadoras de serviços de mapeamento e implementação de sistemas.

A realidade

Infelizmente a situação acima ainda é pura ficção. Os empresários deste setor têm uma grande dificuldade em se organizar. Experiências passadas não foram bem sucedidas, como a Abitopo (Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Equipamentos Topográficos, Geodésicos e Aerofotogramétricos) e a  Agtec (Associação Brasileira de Empresas de Geotecnologias). Hoje, a mais antiga e ainda funcionando é a Anea (Associação Nacional de Empresas de Aerolevantamentos).

Além das pautas do sonho acima, a atual crise provoca mais uma necessidade de união para discutir algumas ações conjuntas para superar mais este desafio. Todos do setor sempre ouviram dizer que o segmento é fraco politicamente e não tem representatividade junto à sociedade, logo, motivos não faltam para se iniciar esta aproximação.

Particularmente acredito que grandes transformações acontecem como fruto de ações feitas por grupos organizados que definam metas sustentáveis baseados em um planejamento detalhado, o que não significa atuar de forma corporativa ou ideológica. Os direitos e o bem de todos os envolvidos devem prevalecer e serem respeitados, sejam empresários, colaboradores, clientes e demais instituições.

O momento

Julgo que o momento é especial para as empresas se organizarem, pois existem companhias consolidadas se profissionalizando e se renovando e empresas novas com crescimento acelerado e gestores eficientes. Aos poucos as empresas fracas e sem sustentação ética e técnica estão sumindo. Novas cabeças, novas lideranças estão surgindo e com elas novas idéias.

Novos cenários, novos horizontes se mostram. De um lado os processos de coleta de dados ficam cada vez mais acessíveis e a internet deixa disponível esses dados  processados para um leque amplo de aplicações de análise geográfica. A base da pirâmide milhares de usuários WebGIS vem crescendo muito, ao mesmo tempo que a GeoWeb vem trazendo milhões de usuários mais próximos das aplicações profissionais.

Está mais do que na hora das empresas do setor se unirem para tentar entender estas mudanças de perfil de produtores e usuários da geoinformação. A sorte está lançada, quem perceber as mudanças sozinho sai na frente por um tempo, pelo menos, mas em grupo tudo pode ficar mais fácil.

Emerson Zanon GranemannEmerson Zanon Granemann
Engenheiro cartógrafo
Diretor e Publisher da Editora MundoGEO
emerson@mundogeo.com

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