A gestão ambiental dos cerca de 8,2 mil assentamentos brasileiros e o controle do cumprimento da função social dos imóveis rurais no País vão entrar em nova etapa.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estão delineando uma parceria que permitirá o aperfeiçoamento dessas ações, a partir da análise e tratamento de dados obtidos via satélite.
As tecnologias desenvolvidas pelo Inpe poderão ser utilizadas por técnicos do Incra para acompanhar a ocupação e o uso do solo.
O primeiro encontro para discutir a nova possibilidade ocorreu no dia 22 de abril, na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP). A reunião contou com a presença do presidente do Incra, Rolf Hackbart, e do diretor-geral do
Inpe, Gilberto Câmara, além de gestores e técnicos dos dois institutos.
O monitoramento ambiental por satélites do Inpe é reconhecido internacionalmente pela excelência e pioneirismo. Na Amazônia Legal, o Inpe verifica a taxa de desmatamento há 20 anos por meio do sistema Prodes, com cobertura de mais de 4 milhões de quilômetros quadrados todos os anos. O sistema é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo e está em constante aperfeiçoamento. Técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento similares às utilizadas pelo Inpe desde 2003 para mapear a
área cultivada com cana de açúcar também serão empregadas para gerenciar os assentamentos.
O primeiro passo já foi definido durante a reunião desta quarta-feira: a capacitação de servidores do Incra nas ferramentas disponibilizadas pelo Inpe. Inicialmente, serão cinco turmas com 12 integrantes cada.