A Santiago & Cintra Geo-tecnologias, empresa que atua há mais de 30 anos no mercado, representando com exclusividade no Brasil algumas das maiores marcas mundiais de geotecnologias, está utilizando a mais avançada tecnologia GNSS para vencer o desafio de posicionar com precisão e velocidade um bate-estacas flutuante para cravação de estacas inclinadas na obra do Tecon Santa Catarina, cais de atracação e terminal de contêineres de Itapoá (SC).
A obra do Tecon está sendo realizada pela construtora Andrade Gutierrez. Com edificações à beira mar, o empreendimento inclui duas pontes de acesso a um píer marítimo de 600 metros de comprimento por 40 metros de largura. A estrutura do píer é formada por peças pré-moldadas, lançadas sobre 700 estacas de concreto, sendo, a maioria, inclinadas, pois devem resistir ao movimento das marés.
O processo de produção e cravação dessas estacas é um trabalho complexo, que passa pela fabricação em formas fixas de concretagem e transporte por pórticos rolantes até pátios de armazenamento. Quando o concreto atinge a resistência adequada, as estacas são transportadas, descarregadas sobre boias metálicas, rebocadas até o bate-estacas flutuante e elevadas por um guincho que as repousa no martelo, quando estão prontas para cravação até a cota de arrasamento.
Para cravação de estacas, em pontos específicos, é fundamental que o bate-estacas flutuante permaneça estável durante o processo. Para isso, são usadas oito âncoras.
Posicionamento preciso
O processo de posicionamento do flutuante costuma consumir horas de topografia convencional e é particularmente minucioso no caso das estacas inclinadas. Para posicioná-lo, sob orientação da topografia, os cabos das âncoras são tracionados e/ou afrouxados até que seu martelo esteja exatamente sobre o ponto de cravação. Na cravação de uma estaca vertical, esse ponto independe da orientação exata do flutuante, pois a estaca será cravada verticalmente até a nega e arrasada na cota determinada. Já no caso das estacas inclinadas, como o martelo do flutuante inclina-se em uma direção fixa, o desafio é posicionar o flutuante voltado na direção da cravação, para que o eixo da estaca passe pelo ponto exato de arrasamento ao longo da cravação.
Essa dificuldade de posicionar o flutuante está sendo substituída pela velocidade e precisão do sistema Trimble HydroPro Construction, que, ao invés de consumir horas de topografia convencional, com o inconveniente de não funcionar à noite e nem sob neblina, possibilita que em 10 minutos o flutuante seja posicionado na direção exata, com precisão centimétrica.
O sistema é composto por um computador embarcado, com o software HydroPro Construction; dois receptores GNSS (GPS+Glonass) embarcados, que estabelecem a orientação do flutuante; e um receptor GNSS em terra, a 400 metros de distância, que fica instalado sobre um marco topográfico e é equipado com um rádio para transmissão de correções diferenciais em tempo real para os receptores instalados no flutuante.
Rainha do São Francisco e Van Helsing
Quando o sistema foi instalado na obra, 100 estacas verticais estavam fixadas e a cravação inclinada havia sido iniciada com topografia convencional. Funcionavam na obra um bate-estacas com capacidade de inclinação, chamado de “Rainha do São Francisco” e um específico para cravação de estacas verticais, o “Van Helsing”. O primeiro possui guincho próprio, que iça estacas para colocá-las no martelo, enquanto o outro depende de um guindaste flutuante, que acompanha o mesmo.
Desde o início do funcionamento do sistema HydroPro, o ganho de velocidade na operação do “Rainha do São Francisco” possibilitou que somente ele, e seu guincho, execute toda a cravação de estacas, verticais e inclinadas, possibilitando a desmobilização do “Van Helsing” e do guindaste adicional.
Com esse claro exemplo de economia e aumento de velocidade, a coluna de geotecnologias, que nasceu mostrando a utilização de GPS em topografia e tornou-se útil também em máquinas de terraplenagem, agora mostra seu uso em construção marítima. Tudo isso evidencia que existe uma clara tendência no sentido da utilização cada vez mais freqüente de tecnologias para posicionamento preciso em portos.
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