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Os VANTs já estão entre nós

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Os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), com suas vantagens e limitações, já são realidade no setor de sensoriamento remoto em vários países do mundo, e também começam a ser uma opção no Brasil. Setores como o monitoramento agrícola, resposta a desastres e segurança pública enxergam, nesses “monstrengos”, oportunidades de executar levantamentos com maior agilidade e autonomia de voo, em ambientes onde não é possível ir com aviões tripulados.

Recentemente, um VANT carregando um Radar de Abertura Sintética (SAR, na sigla em inglês) foi usado no apoio às atividades de busca e salvamento no Haiti, após o terremoto de 7 graus que devastou a capital Porto Príncipe. Mais ou menos na mesma época, o veículo Global Hawk – um imenso VANT, do tamanho de um avião comum – realizou uma missão de mapeamento da troposfera e estratosfera.

Porém, em termos práticos, o que nos interessa é o uso de VANTs para levantamentos em nosso dia-a-dia, como o levantamento de culturas e o mapeamento ambiental, por exemplo. Isso já vem sendo feito há pelo menos cinco anos, principalmente no setor de agronegócio, por empresas e clientes que viram nos VANTs uma opção para realizar levantamentos que exigem agilidade e baixo custo.

Algumas empresas também investiram em VANTs para o setor de segurança pública, porém isso tem sido um obstáculo pois os VANTs não têm liberação para voar sobre áreas densamente povoadas. Este impedimento também inviabiliza o mapeamento de áreas urbanas. Além disso, para realizar um voo é preciso notificar, com antecedência, a Aeronáutica.

Os VANTs podem voar bem mais baixo do que aviões convencionais de aerofotogrametria, com navegação autônoma ou através de controle remoto, usando receptores GPS para o posicionamento da aeronave e apoio em solo. A decolagem pode ser feita sobre um veículo em movimento, enquanto a aterrissagem é possível em pistas curtas, em locais não usuais para aviões comuns.

Após o pouso, o sensor do VANT está carregado de arquivos digitais que são processados para gerar o produto final, que pode ser um mosaico de imagens de uma propriedade rural, um modelo de relevo da região ou um mapa temático.

O tipo de sensor varia de acordo com a necessidade, podendo ser uma câmera digital de pequeno ou médio formato, termal, infravermelho, radar, laser, entre outros. Dependendo do sensor, muda o tipo de aeronave e também o nível de segurança, já que o preço de uma câmera pode superar, em várias vezes, o do veículo.

No final de 2009 foi publicada a primeira regulamentação sobre VANTs, a Instrução da Aviação Civil 29/09, um importante documento para que sejam criadas regras claras de uso e operação desse tipo de aeronave em território brasileiro.

Acostume-se com os VANTs, pois eles já estão entre nós.

Imagens da Terra
Esta edição inaugura uma nova seção, com imagens interessantes e curiosas de qualquer região da Terra. Se você tem uma imagem interessante ou curiosa, ou ainda alguma dica sobre onde encontrar alguma foto aérea ou imagem de satélite bacana, envie para a gente!

Eduardo FreitasEduardo Freitas
É engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com

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