Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estiveram na fábrica da Cray Inc., nos Estados Unidos, para verificar o novo sistema de supercomputação, recentemente adquirido pelo Instituto, que irá aprimorar a qualidade das previsões meteorológicas e o desenvolvimento de cenários climáticos futuros globais e regionais. A entrega da máquina XT6 está prevista para o final do mês de julho, enquanto o início de suas operações deve ocorrer em dezembro.
A velocidade efetiva estipulada no edital para a aquisição do sistema era de aproximadamente 15 TFlops, ou seja, 15 trilhões de operações aritméticas por segundo. Durante o teste para o aceite do sistema, realizado semana passada na fábrica de Chippewa Falls, Wisconsin, a máquina atingiu velocidade efetiva de 16,6 TFlops.
Os resultados atingidos mostram que se fosse atualizado hoje o Top500, que relaciona os computadores mais rápidos do planeta, a máquina que será instalada no Inpe estaria na 20ª posição geral e em 1º lugar entre as utilizadas para previsão numérica de tempo e clima no mundo.
Nova supermáquina
Adquirido com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o novo sistema de supercomputação será instalado no INPE de Cachoeira Paulista (SP) e será utilizado pelos Centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio Instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) do MCT, do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.
Este supercomputador permitirá gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para cinco quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.
A nova máquina também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do sistema terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, etc), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação, urbanização, etc.). Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.
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