Começo 2012 com um post sobre o futuro do GIS, baseado neste excelente artigo do projessor Mike Goodchild (entrevistado por mim em 2008 para a revista InfoGEO edição 53).
Segundo Goodchild, o futuro do GIS está nos ambientes “indoor”, em localização de tudo, na internet das coisas, no GIS em tempo real e nas múltiplas formas de representar o mundo.
Indoor
No artigo, fala-se que o GIS é uma tecnologia que abrange “somente” 13% da realidade, já que o GPS e as imagens de sensoriamento remoto funcionam bem fora das edificações (outdoor), porém um americano médio passaria 87% de seu tempo em locais fechados (indoor). Por outro lado, com as tecnologias de escaneamento a laser, posicionamento por RFID, modelos de construções (BIM), etc., isto está mudando aos poucos.
Tudo localizado, todo o tempo
Estima-se que mais de 80% da informação na web tenha uma componente de localização. E hoje, qualquer computador ou celular é facilmente “localizável” através de seu IP, receptor GPS, GPRS, etc.. Ou seja, estamos avançando para uma era na qual praticamente tudo (desde um animal de estimação até um eletrodoméstico) terá sua coordenada geográfica definida e, eventualmente, rastreada. Veja no artigo que há algumas questões sobre privacidade e emergências.
Internet das coisas
Sabendo onde um objeto está, a qualquer momento, abrem-se possibilidades como por exemplo a de que dois objetos possam trocar informações entre si. Hoje, com um leitor de QR-code um smartphone pode escanear um código e “baixar” um histórico (por que não georreferenciado) com todas as informações sobre um objeto.
GIS em tempo real
Com o crescimento do mapeamento colaborativo, a popularização de equipamentos inteligentes e da internet de banda larga, torna-se possível fazer alguns estudos com dados em tempo real (ou “quase real”), tais como análises de tráfego, resposta a emergências baseada em dados de campo, etc..
Múltiplas visões do mundo
Segundo o artigo do professor Goodchild, muitas vezes o GIS contém apenas um ponto de vista, que é geralmente do setor governamental. Por outro lado, cada vez mais indivíduos ou grupos tendem a buscar novas ou diferentes formas de visualizar um dado ou até mesmo dar nome aos locais. Com isso, abrem-se novas frentes nas quais o GIS pode ser uma ferramenta para organizar diferentes visões do mundo e colocar ordem no caos.
Estes são apenas alguns pontos sobre o futuro do GIS que gostaria de compartilhar aqui. O que você acha destas tendências? Há mais algo a acrescentar?