O Governo Brasileiro anunciou recentemente que foram investidos quase 10 bilhões de reais em saneamento no país, através da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), dos quais 6,4 bilhões já estão contratados para empreendimentos de esgotamento sanitário e saneamento integrado. Além disso, mais de 17 bilhões foram destinados para melhorar o transporte público e rodovias.
Em 2011, o PAC 2 selecionou os projetos de metrô em Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Fortaleza e do novo sistema de transporte do Recife e região metropolitana, totalizando investimentos de 11 bilhões de reais para melhorar o transporte público nessas capitais. Para as rodovias federais foram destinados 6,1 bilhões.
Geotecnologias melhorando o saneamento
Segundo informações divulgadas pela ministra do Planejamento Miriam Belchior nesta quarta-feira (7), no âmbito do PAC 2, foram concluídas 215 obras de saneamento, entre elas a ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Guarulhos (SP) e outras 13 obras de drenagem em áreas de risco, totalizando 109,4 milhões de reais em investimentos. No eixo “Água e Luz para Todos” do PAC 2, houve investimento de 1,8 bilhão em 2011.
Para melhorar os processos de captação e distribuição de água, destinando recursos e realizando investimentos devidamente, as geotecnologias vêm sendo cada vez mais utilizadas entre as empresas responsáveis pela distribuição de água nas cidades. Durante este processos, as empresas de saneamento sofrem grande perda técnica, ou seja, boa parte da água é perdida, muitas vezes por falhas na tubulação, defeitos ou má utilização das bombas e válvulas. Além disso, para levar a água pela rede até seu destino final se gasta muita energia elétrica com o bombeamento e esse custo pode chegar a até 90% das despesas de exploração de uma empresa de saneamento.
Um exemplo foi a implementação de um GIS na modernização da Companhia de Saneamento Águas e Esgotos do Piauí. Os resultados possibilitaram extrair mapas temáticos da situação da ligação, clientes inadimplentes, rede de água e fonte de abastecimento. As informações fornecidas pelos mapas facilitaram a análise gráfica e alfanumérica em poucos minutos, promovendo ações efetivas e pontuais nas áreas problemáticas. Infelizmente a Agespisa é uma das poucas empresas de saneamento do Nordeste a adotar essa tecnologia.
Outros casos podem ser citados, como da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que diminuiu as perdas de água em seu sistema de distribuição de Passagem Fundo com 272 km de extensão em 57% através da utilização do produto WaterCAD da Bentley para a modelagem e gestão da distribuição de água. A Sabesp é responsável pelo fornecimento de água potável para 27,2 milhões de pessoas e pelo saneamento para 19,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo.
Para caracterizar o saneamento no país, o IBGE lançou o Atlas Saneamento 2011, fazendo uma leitura territorial dos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, estabelecendo uma visão articulada das diferenças regionais existentes naquele ano no que se refere à distribuição, abrangência e qualidade dos serviços de saneamento presentes nos municípios brasileiros.