O título “Capital Nacional da Tecnologia” não foi conquistado à toa. Apelidada de a terra dos doutores-empreendedores, São Carlos (230 km da capital Paulista) desponta como um dos principais celeiros de produção tecnológica do País: da robótica à biofotônica, da óptica à aerofotogrametria, a cidade abriga cerca de 240 empresas de base tecnológica (EBTs), número que corresponde a 25% do parque industrial do município.
A vocação tecnológica da cidade não nasceu da noite para o dia. Com renomadas instituições de ensino superior, incluindo o campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e dois campi da Universidade de São Paulo (USP), a cidade de 230 mil habitantes também atraiu dois centros de pesquisa da Embrapa, incubadoras tecnológicas além de um complexo empresarial considerado o primeiro parque tecnológico de 3ª geração do País. É esse ambiente propício à inovação que fez de São Carlos o município brasileiro com a maior densidade de doutores (PhD): há um para cada 140 habitantes, realidade bem diferente da média nacional, que é de um doutor para cada 5.423 habitantes. É a maior concentração de doutores por habitante na América Latina.
VANTs e aerofotogrametria
Um exemplo entre os variados cases de sucesso da cidade é a AGX Tecnologia. A empresa, que nasceu em 2002, foi a primeira no Brasil a realizar um voo de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) de asa fixa em 2005. Com alto knowhow no processamento de imagens georreferenciadas e no desenvolvimento de tecnologias embarcadas – em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC, da USP), a AGX lançou em 2011 o VANT mais barato do Brasil (a partir de R$ 60 mil) com tecnologia 100% nacional.
Denominado Tiriba, o avião robô está sendo usado em uma parceria entre a empresa e a Polícia Militar do Estado de São Paulo no monitoramento de áreas agrícolas. “O VANT permitirá à polícia monitorar e quantificar crimes ambientais com alta precisão. São benefícios que envolvem um baixo custo operacional e ausência de riscos, já que o VANT é operado por um piloto automático”, destaca Adriano Kancelkis, diretor-presidente da empresa. O empresário ressalta a importância das parcerias com a universidade. “É essencial que empresas de tecnologia mantenham essa ligação. A universidade também se beneficia, inclusive com o licenciamento de patentes”, pontua Kancelkis.
Para 2012, a empresa anunciou o lançamento de novos modelos para uso civil. A terceira família de Vants produzida pela AGX irá se chamar VSX. O equipamento terá 20 horas de autonomia de voo e poderá cumprir missões com até 4.000 km de alcance, atingindo uma velocidade de até 200 km/h.
VANTs e aerofotos em debate
A AGX já confirmou presença no seminário VANTs & Aerofotos, que vai acontecer no segundo dia do MundoGEO#Connect LatinAmerica, principal evento sobre geotecnologias da América Latina. Na ocasião, várias empresas do setor de aerofotogrametria vão apresentar e debater as principais características de cada tipo de veículo e imagem (ópticas, laser e radar) e os resultados das aplicações por empresas privadas e públicas.
A empresa de São Carlos vai estar representada, falando das diversas opções de VANTs, aplicações inovadoras dos dados obtidos a partir dos veículos autônomos, além das questões técnicas e legais envolvidas. Conheça as opções de participação do MundoGEO#Connect LatinAmerica.