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Novo software melhora imagens captadas por radar

Com o novo sistema, os aviôes que vigiam a Amazônia poderão adaptar o uso do radar para diferentes situações. “Podemos escolher se vamos privilegiar a captura de imagens de área urbana, florestas ou plantações, por exemplo”, afirma Nilo. Isso porque o SARPOL consegue gerar imagens diferentes, de acordo com a direção em que a onda eletromagnética do radar é emitida e captada pelo sensor da aeronave. “

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Pesquisador da UnB criou um programa de computador capaz de gerar imagens de radar mais definidas que as obtidas atualmente. O sistema será acoplado aos sensores de radar instalados nos aviões R99 do Serviço de Proteção à Amazônia (SIPAM), do Ministério da Defesa. O objetivo é obter fotos mais detalhadas do solo brasileiro.

Nilo Andrade, autor da pesquisa de doutorado defendida no dia 27 de março, é diretor de transporte espacial e licenciamento da Agência Espacial Brasileira desde 2010, onde trabalhou com o atual ministro da Ciência e Tecnologia Marco Antonio Raupp, presidente da agência até o ano passado. Nilo também foi diretor do Centro de Lançamento de Foguetes de Alcântara entre 2006 e 2009 e tem especialização em processamento de Sinais de Radar pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

A base para o desenvolvimento do software – batizado de SARPOL – vem da modificação de programas já usados pelo SIPAM. O pulo do gato do novo sistema é a capacidade de gerenciar dados que já eram coletados pelos sensores e não eram aproveitados. Os dados numéricos obtidos pelos sensores dos aviões R99 são divididos em duas partes: uma chamada de dados de amplitude e a outra de dados complexos polarimétricos. “As imagens normalmente obtidas partiam dos dados de amplitude e ignoravam os dados complexos”, afirma Nilo. O programa com as modificações feitas por Nilo será de uso livre e estará disponível no site do Instituto de Geociências até o fim de março.

Polarização

Com o novo sistema, os aviôes que vigiam a Amazônia poderão adaptar o uso do radar para diferentes situações. “Podemos escolher se vamos privilegiar a captura de imagens de área urbana, florestas ou plantações, por exemplo”, afirma Nilo. Isso porque o SARPOL consegue gerar imagens diferentes, de acordo com a direção em que a onda eletromagnética do radar é emitida e captada pelo sensor da aeronave. “Podemos selecionar diferentes combinações de polarização para diferentes tipos de alvos estudados”. Isso é possível porque o formato da onda refletida muda de acordo com a superfície e as características químicas do material. “É o que chamamos de assinatura espectral”, complementa Nuno Santa Rosa, professor do Instituto de Geociências e orientador da pesquisa.

As aplicações do sistema são muitas: ele pode ser usado para o monitoramento e pesquisa da floresta amazônica (atribuição do SIPAM), para a localização de minas de calcário ou de áreas marítimas que possam abrigar reservas de petróleo. “Poderíamos identificar, por exemplo, uma mancha de óleo no meio do oceano”, afirma Nuno.

Veja abaixo comparação entre sistema utilizado atualmente e nova tecnologia:

Imagem de Brasilia_R99
À esquerda imagem de Brasília captada pelo R99 e processada com o software ProSAR, que o SIPAM utiliza hoje, na qual cada pixel representa 3m da superfície. À direita imagem processada com o software SARPOL, desenvolvido pelo pesquisador, na qual cada pixel representa 0,5m da superfície. Fonte: UnBCiência

Para o professor David Fernandes, pesquisador da divisão de engenharia eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e membro da banca que avaliou a pesquisa de Nilo, a nova tecnologia apresenta outras vantagens. “O sistema também pode ser usado para o treinamento de estudantes na operação dos radares”, afirma. Ele destacou ainda a possibilidade das imagens geradas pelo sistema serem combinadas a outras produzidas por sensores ópticos – usados para obter imagens de satélite, como as usadas no Google. Além dele, participaram da banca Fernando Pellon, professor da COPPE/UFRJ e pesquisador da Petrobrás, e os professores Gustavo Macedo e Tati de Almeida, do Instituto de Geociências da UnB.

Fonte: Secretaria de Comunicação da UnB

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