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Inpe & AEB

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Preocupa o futuro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o anúncio da iminente integração ou fusão com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Sem entrar no mérito da questão política envolvida, o fato inquestionável é a importância do Inpe na formação de profissionais do setor de geotecnologias, bem como no desenvolvimento de tecnologias associadas ao setor geoespacial. O excelente curso de mestrado da instituição corre sério risco de parar, pois a quase maioria da equipe de professores já tem idade para se aposentar. A época de renovação já deveria ter começado, para que os novos possam se alinhar com o nível de qualidade que o ambiente exige.

Na área espacial, o exemplo do terreno perdido fica claro ao se lembrar do convênio de cooperação com a China para construção e lançamento do satélite Cbers. De lá para cá, o Brasil pouco avançou. Por outro lado, a China acelerou e literalmente voou como um foguete, pois não parou mais de investir no setor. Mas, afinal, se fazemos parte do do grupo Brics – como os chineses -, por que ficamos tão defasados? Resposta fácil: falta de investimentos. Esperamos que esta fusão entre Inpe e AEB possa dar um novo impulso ao Brasil neste setor. Vamos acompanhar…

Executivos de geo estão em alta

Toda esta movimentação tem provocado um aquecimento no mercado e valorizado cada vez mais os profissionais qualificados. Empresas internacionais, que chegam, contratam profissionais locais. Empresas locais, que mudam de estratégia, buscam profissionais arrojados e que apostem em uma atuação mais agressiva num mercado com demanda alta.

Com certeza, profissionais brasileiros com experiência, conectados, com fluência no inglês e espanhol e boa capacidade gerencial e comercial estão em alta. Vale destacar a chegada, aos poucos, por aqui, de profissionais vindos de Portugal e Espanha.


Brasil atrai empresas globais

Os movimentos no mercado de empresas de geotecnologias estão fortes nos últimos meses. As fusões e aquisições de empresas pelo mundo estão agitando o mercado nacional. A América Latina, que sempre representou de 1 a 3 % do mercado das empresas globais, agora, devido à crise econômica internacional e pelo crescimento da região, aponta dois dígitos de participação em relação às vendas de alguns produtos globais, como imagens de satélite e sistemas GNSS. Este fato tem provocado a abertura de escritórios locais das empresas multinacionais de geo, independentes de sua rede de distribuidores. Traduzindo, estas empresas estão querendo olhar mais de perto e aproveitar o potencial do nosso mercado.

Outro fato interessante que vale destacar é a constante visita à região de empresasz e empresários ligados e companhias de serviços de outros paí-
ses, como Espanha, China, Índia e Estados Unidos. Eles vêm em busca de parcerias com empresas locais e com interesse de participar mais ativamente de mercado sul-americano, e especial do brasileiro. Resta saber se existe tanta demanda assim que possa atender estas expectativas.


Preços dos serviços de mapeamento despencam

Desde 2011, tem ficado evidente o conflito entre as tradicionais empresas de mapeamento do país durante as concorrências públicas e privadas. A chiadeira é geral das empresas de mapeamento, pela grande variação de preços entre o máximo e o mínimo, que chega a ser de até três vezes.

Avaliar o que está acontecendo é complexo, pois de um lado podemos supor que os usuários devem estar cientes do que estão especificando e contratando. E por outro percebe-se que estão no mercado empresas novas que estão buscando seus espaços com modelos de negócios diferentes. O tempo vai dizer se a situação vai persistir. Se uma empresa tem custos (bem) menores e atua legalmente, mas consegue fazer o trabalho que o contratante quer, não existe conflito. O complicado é que algumas empresas podem estar só atuando por um tempo, “pegando” vários projetos e entregando serviços de baixa qualidade, para usuários desavisados ou reféns de pregões eletrônicos que limitam escolhas mais técnicas, para num segundo momento fechar as portas. Vale a pena acompanhar estes movimentos em outros países também.

Vamos ficar de olho e registrar aqui os próximos capítulos desta “novela”.


Emerson Zanon GranemannEmerson Zanon Granemann

Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO

emerson@mundogeo.com

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