Continue acompanhando a série de matérias que lista os principais cursos técnicos e graduações
Por Alexandre Scussel e Elis Jacques
A busca pela satisfação profissional é essencial em qualquer carreira de sucesso. Para alcançar a tão sonhada ascensão, profissionais buscam renovar suas carreiras através de investimentos em atualizações na área, ou até mudar de atuação no mercado de trabalho. Cada vez mais o mundo corporativo procura a execução eficaz de tarefas por pessoas apaixonadas pelo que fazem, desde profissionais experientes até estudantes ou recém-formados.
A qualificação profissional num mercado competitivo e em expansão, como o de geo, é um fator decisivo. Entre as necessidades das empresas e desejos dos profissionais, é importante haver equilíbrio entre as duas partes. Para ajudar você a decidir o primeiro ou o próximo passo de sua carreira, a revista MundoGEO dá continuidade às reportagens sobre a formação em geo no Brasil.
A série de matérias sobre os principais cursos de geo do Brasil começou na edição 67 da revista MundoGEO. Partindo da região Sul, a série visa ajudar pré-vestibulandos, estudantes e profissionais de todo Brasil na construção de uma carreira de sucesso em geo. Com tabelas, informações organizadas, depoimentos de professores, coordenadores e especialistas, conheça os principais cursos e veja dicas e novidades sobre o mercado profissional e áreas de atuação dos geógrafos, licenciados em geografia, engenheiros cartógrafos e agrimensores, geólogos, tecnológos e técnicos.
Cursos em São Paulo
O estado mais populoso e com maior PIB do país concentra um número grande de instituições que ofertam cursos de geo, segundo levantamento feito pela revista MundoGEO. Ao todo são 40 universidades, faculdades, escolas técnicas e institutos. Aos interessados em ingressar na carreira de Geologia, o estado de São Paulo possui cinco opções. Já a graduação em Geografia é ofertada em 35 instituições, sendo que destas, 11 possuem a modalidade Bacharelado. A graduação em Engenharia Cartográfica foi constatada somente em uma instituição, na Universidade Estadual Paulista (Unesp), que oferta o curso desde 1977. Há duas opções em Engenharia de Agrimensura, ambas em instituições privadas que, até o momento, não realizaram a união entre as Engenharias Cartográfica e de Agrimensura.
O curso de Engenharia Cartográfica da Unesp é ofertado em Presidente Prudente, tem duração de cinco anos e 40 vagas. A instituição também oferece graduação em Geografia, que é ofertada em três cidades: Ourinhos, Presidente Prudente e Rio Claro, nas modalidades Bacharelado e Licenciatura. A graduação em Geologia é ofertada em Rio Claro, e possui 35 vagas.
Algumas instituições têm várias opções de campus, como é o caso da Universidade Estadual de Campinas, que possui 22 unidades de ensino e pesquisa, divididas em dez institutos e 12 faculdades. O Instituto de Geociências é responsável pelas graduações em Geologia e Geografia. Para o curso técnico em Geodésia e Cartografia, o responsável é o Colégio Técnico de Limeira.
Em algumas instituições, que oferecem somente a licenciatura em Geografia, o curso pode ser concluído em três anos. A Universidade de Taubaté passou a oferecer, a partir de 2004, além da Licenciatura, também Bacharelado em Geografia. O tempo indicado para conclusão, nas duas modalidades, vai então para quatro anos.
A procura por graduação em Geografia tem crescido bastante nos vestibulares das instituições públicas paulistas. Segundo informações da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a cidade de Sorocaba e região apresenta forte demanda por geógrafos, especialmente pelo licenciado, que pode atuar no ensino fundamental, médio e superior. Hoje, não existe nenhum outro curso de Licenciatura em Geografia funcionando na cidade ou em seu entorno regional imediato. Por este motivo, segundo a Diretoria de Ensino de Sorocaba, existe uma carência de professores de Geografia e estas vagas têm sido preenchidas por historiadores e sociólogos. Vale ressaltar a oferta restrita de cursos de Geografia em universidades públicas no estado. Entre elas, USP, Unesp e Unicamp mantêm em seus quadros de graduação cursos de Geografia. Entre as Insituições Federais, a USP oferece 200 vagas, e a UFSCar conta com 60, visando atender a demanda de Sorocaba e região.
Perfil profissional
A Engenharia Cartográfica, apesar de ter ainda uma oferta de vagas pequena no Brasil, possui uma demanda crescente por profissionais, para atuação em diversos setores, tais como gestão territorial, meio ambiente, mapeamento fundamental e temático, cartografia, planejamento urbano, regional e estratégico, bancos de dados, pesquisa tecnológica, petróleo, gás, energia elétrica, transportes, saneamento, entre outros.
São Paulo
Segundo o professor do Departamento de Cartografia da FCT/Unesp, João Fernando C. Silva, os profissionais que atuam neste mercado de trabalho são contratados por entidades estabelecidas nas principais capitais de estados e cidades médias do Sul e Sudeste do País e, no Nordeste, destacam-se as cidades de Salvador, Recife e Fortaleza. “Mais ou menos a cada cinco anos, novas tecnologias surgem para a produção de mapas e de informação geográfica. A grande maioria dos bens tecnológicos é importada. Estes dois fatores exigem estudos e adaptações constantes de cada profissional. Conhecimentos tecnológico e científico, aliados ao bom uso das línguas inglesa e espanhola, são imprescindíveis para cartógrafos/agrimensores terem êxito profissional”, afirma o professor.
De acordo com informações do levantamento do mercado de trabalho realizado pelo Departamento de Cartografia da Unesp, os rendimentos iniciais para o cartógrafo estão na faixa de três a quatro salários mínimos. Em uma amostra de duzentos engenheiros cartógrafos com média de dez anos de experiência, de diferentes faixas etárias, desde recém-formados até seniores, a estimativa é que estes profissionais recebam, em média, cerca de onze salários mínimos. “As perspectivas para os novos profissionais continuam favoráveis dentro do quadro traçado. A condição é que os principais parâmetros econômicos do País não piorem, pois os postos de trabalho das profissões tecnológicas dependem diretamente do andamento da economia”, conclui o professor.
Na área de Geologia, os atrativos do mercado de trabalho estão nas empresas estatais, multinacionais e prestadoras de serviço que atuam na prospecção e na exploração de petróleo, gás natural, minérios e no monitoramento da exploração de recursos hídricos e subterrâneos, além da área de ensino e de pesquisa.
Lelia Maria de Araújo Kalil, Diretora da Faculdade de Geologia da UERJ, comenta que o mercado está aquecido desde a abertura do monopólio de petróleo e das descobertas recentes da camada pré-sal. “Soma-se a isso a questão ambiental, com o uso de recursos naturais e das fontes de energia, que vem assumindo nos últimos anos um papel cada vez mais destacado entre as grandes preocupações do mundo contemporâneo”, explica.
Rio de Janeiro
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