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Expedição coleta dados de fluxos de CO2 sobre o oceano

Os estudos sobre o balanço de CO2 são importantes para entender as conexões climáticas entre o oceano, a atmosfera e o continente sul-americano. Além de contribuir para o conhecimento acadêmico, com a publicação de artigos e teses, os resultados da análise dos dados devem refletir em melhorias nas previsões de tempo e clima para as regiões Sul e Sudeste do Brasil.

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) participou em junho de expedição meteo-oceanográfica pela costa da região Sul para coletar dados do fluxo de dióxido de carbono (CO2) sobre o mar. Pela primeira vez, foi utilizada uma estação micrometeorológica especialmente criada para realizar medidas da transferência de CO2 entre o oceano e a atmosfera.

A nova estação, integrada no Instituto com a colaboração de Scott Miller, pesquisador da Universidade de Albany (Estados Unidos), possibilitou a coleta de informações que serão utilizadas em projetos como o Atlantic Ocean Carbon Experiment (ACEx), coordenado pelo pesquisador Luciano Pezzi, do Inpe.

“São dados inéditos e importantes sobre os regimes de fluxos atmosféricos na região chamada de Atlântico Sudoeste. Com esses dados, vamos avançar no entendimento dos processos químicos, físicos e dinâmicos da interação oceano-atmosfera, bem como das trocas de fluxos nessa interface”, afirma Luciano Pezzi.

Os estudos sobre o balanço de CO2 são importantes para entender as conexões climáticas entre o oceano, a atmosfera e o continente sul-americano. Além de contribuir para o conhecimento acadêmico, com a publicação de artigos e teses, os resultados da análise dos dados devem refletir em melhorias nas previsões de tempo e clima para as regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Também foi observada a variabilidade das correntes marinhas ao largo da costa do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram coletados dados sobre o sistema de correntes oceânicas chamado “Corrente do Brasil”, mais quente e salino do que a “Corrente Costeira do Brasil”, que sofre influência da descarga de água doce do rio do Prata e se torna mais fria e menos salina.

Simultaneamente às coletas oceanográficas foram lançados balões para sondar a atmosfera. Essas informações levantadas durante o cruzeiro serão aplicadas no projeto do Sistema Integrado de Monitoramento do Tempo, do Clima e do Oceano (SIMTECO).

“Esse monitoramento é fundamental para melhor entender o impacto de tais correntes marinhas na atmosfera. Este conhecimento poderá no futuro ajudar a melhorar as previsões do clima e do tempo da região sul do Brasil, assim como suas consequências sobre a linha da costa gaúcha”, diz o pesquisador do Inpe.

Estação micrometeorológica_Inpe
Nova estação micrometeorológica foi instalada na proa do navio oceanográfico Cruzeiro do Sul. Fonte: INPE

Realizada de 11 a 21 de junho, a expedição a bordo do Navio Oceanográfico Cruzeiro do Sul partiu de Itajaí (SC), foi a Paranaguá (PR) e depois percorreu a costa até o Chuí (RS). Pouco estudada, a região é importante para o sequestro do dióxido de carbono atmosférico.

Participaram do cruzeiro oceanográfico pesquisadores do Inpe, Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Fonte: INPE

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