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Novo sistema do Inpe reduz em 60% a margem de erro nas previsões de tempo

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O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) aumentou em até 60% o acerto na previsão meteorológica para o período de 24 horas. Com seu novo sistema de assimilação de dados, o centro reduziu a média da margem de erro nas previsões de 1,4 para 0,6 grau Celsius.

O avanço se deve à ampliação da capacidade de processamento de observações meteorológicas, de dezenas de milhares para milhões, principalmente em função de dados provenientes de satélites. O sistema passou a ser utilizado neste mês, após aproximadamente um ano em teste. O aprimoramento na performance do serviço é fruto de uma parceria com instituições e pesquisadores norte-americanos.

O centro do Inpe, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), trabalha com novas ferramentas desde a aquisição, em 2010, de um supercomputador para previsão do tempo, batizado de Tupã. O equipamento – adquirido com recursos do ministério e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – é um modelo XT6 da empresa norte-americana Cray Inc., vencedora da licitação internacional, capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo. Está entre os mais rápidos do mundo na área.

O coordenador do Grupo de Desenvolvimento em Assimilação de Dados (GDAD) do CPTEC, Luís Gustavo de Gonçalves, explica que o Tupã permitiu o aumento da capacidade de inserção dos dados no sistema de assimilação. O supercomputador possibilitou a implantação da nova técnica de assimilação que permite a utilização de dados de satélites, além dos convencionais, em que a coleta de informações usa instrumentos instalados em boias, navios, aviões e estações de superfície terrestre, que permitem a medição de variáveis como vento, temperatura, umidade e pressão atmosférica.

Parceria

Segundo o meteorologista, o programa, que faz a combinação dos dados, é resultado de um esforço iniciado por meio da parceria com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês) e o Centro Operacional de Previsão dos Estados Unidos (NCEP) para aprimorar a previsão do tempo. “É uma técnica que trouxemos e implementamos no Brasil. Só foi possível com a vinda do Tupã, quando aumentamos a capacidade de processamento”, afirma.

“Para que essa técnica de assimilação de dados variacional tridimensional ou mais comumente chamada de 3DVar pudesse ser instalada em nossos sistemas operacionais, foi feita a parceria com pesquisadores norte-americanos para a implementação do Gridpoint Statistical Interpolation [GSI], que permite utilizar o 3DVar em nossos modelos operacionais”, acrescenta.

O meteorologista do CPTEC avalia que a utilização somente dos dados convencionais passou a ser insuficiente para atender a demanda da sociedade, que exige cada vez mais informações precisas e localizadas. “As pessoas passaram a querer saber se vai chover em localidades específicas numa mesma região, como no seu local de trabalho ou na praia onde pretendem passar o fim de semana”, comenta.

A nova realidade tornou necessário o uso mais sistemático dos dados de satélites. “E o nosso sistema anterior de ingestão ou de assimilação de dados só permitia que usássemos até um determinado limite – e, na sua maioria, dados convencionais”, ressalta. Ele lembra, ainda, que uma das principais características do CPTEC, que o torna referência mundial, é a possibilidade de fornecer previsões para qualquer parte do planeta.

(Fonte: Ascom do MCTI)

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