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Inpe e OTCA irão monitorar desmatamento nos países amazônicos

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As tecnologias de monitoramento da floresta desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) irão beneficiar os países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Parceria firmada entre as duas instituições permitirá a capacitação de técnicos da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que aprenderão no Centro Regional da Amazônia do Inpe, em Belém (PA), a manejar as ferramentas que fizeram da instituição brasileira uma referência mundial no monitoramento por satélites.

Acordo assinado entre o diretor do Inpe, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, facilitará a disponibilização do TerraAmazon, o sistema desenvolvido pelo instituto para seus programas de monitoramento da Amazônia Legal Brasileira, como Prodes e Deter. O documento foi assinado nesta quarta-feira (17/7) na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP).

O diretor do INPE, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, na assinatura do termo de cooperação
O diretor do INPE, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, na assinatura do termo de cooperação. Imagem: Inpe

Segundo a OTCA, o objetivo é estabelecer um sistema regional coordenado de monitoramento da cobertura florestal, tendo como referência as metodologias e tecnologias desenvolvidas pelo Inpe. Assim, o conhecimento adquirido na instituição brasileira deve contribuir para a governança de questões relacionadas ao desmatamento e ao uso da terra nos países.

Está prevista a realização de 12 cursos de capacitação sobre monitoramento do desmatamento. A parceria entre Inpe e OTCA também possibilitará instalar “Salas de Observação” nos países membros da organização, que poderão acompanhar em tempo quase real as informações sobre a extensão e a qualidade da cobertura florestal nessa região.

Vigilância por satélites

Através do Inpe, o Brasil monitora por satélite 4 milhões de Km² de florestas na Amazônia todos os anos. O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao país medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.

O monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima, além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Desde 1988, o Inpe mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).

O Inpe mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia – além do Prodes, o Deter e o DEGRAD -, que atuam de forma independente, porém complementares.

O Prodes revela a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores da floresta é retirado. Desde 2004, o Inpe também opera o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Menos detalhado do que o Prodes – por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior frequência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o Deter inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter motivou a criação do terceiro sistema, denominado DEGRAD, para identificar as áreas que ainda não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas pelo desmate. Em 2011, o Inpe lançou o TerraClass, que revela como estão sendo usadas as áreas onde não se encontra mais floresta nativa.

Toda essa experiência está resultando na transferência de conhecimento e tecnologia para outros países desenvolverem sistemas próprios de controle sobre o desmatamento. A ajuda oferecida a outros países interessados em avançar na vigilância de suas próprias florestas faz do Brasil um líder de iniciativas internacionais para o controle do desmatamento e da degradação florestal em todo o mundo.

Fonte: Inpe


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