A empresa responsável pelo primeiro voo (abril de 2005) em solo nacional de um drone ou Veículo Aéreo Não tripulado (VANT) de asa fixa, a AGX Tecnologia, foi adquirida juntamente com a AGX Ambiental, sua spin-off, pela Transpreserv, empresa mineira com sede em Machado (380 quilômetros de Belo Horizonte).
A negociação foi sacramentada no último dia 16 de setembro, na sede do grupo AGX em São Carlos, interior de São Paulo, mas as cifras não foram divulgadas pelas partes. “Sempre admiramos a capacidade profissional e da equipe da AGX, assim como seu diferencial tecnológico que não possui comparação no mercado brasileiro. Outro fator importante é a agilidade e qualidade na prestação de serviços”, destacou Herivelton Prado, gerente comercial da Transpreserv.
Fundada em 2002, a AGX também é especializada em desenvolvimento de sistemas para aerofotogrametria e aerofotografia para mapeamento e análises agrícolas e ambientais. A empresa iniciou suas atividades há onze anos com projetos para a área de agricultura e meio ambiente. Desenvolveu, em conjunto com o Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP São Carlos e a Embrapa Instrumentação Agropecuária, pesquisas na área de sistemas de controle, sistemas embarcados e desenvolvimento de software de controle e análise de imagem que culminaram com a criação do Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida). O projeto deu origem ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira e que hoje já está em sua segunda geração.
A AGX também oferece soluções na área de Sistemas de Informações Geográficas (GIS) para captação e processamento de imagens aéreas, assim como uma ampla variedade de VANTs, equipamentos e sensores. Atua também no desenvolvimento de sistemas eletrônicos e de software sob demanda e consultoria especializada.
O diretor-presidente da AGX, Adriano Kancelkis, viu no negócio uma oportunidade de crescimento para o grupo, que está fincando neste segundo semestre a primeira filial de uma empresa nacional de drones em solo norte-americano, faltando apenas definir a cidade sede entre os estados de Indiana e Massachusetts (EUA). “Temos necessidade de crescimento tanto no mercado interno como externo. A AGX quer alçar voos maiores e a incorporação da empresa possibilita isso”, explica o empresário.
Adriano, que permanecerá à frente da AGX, classifica a decisão como estratégica e representa uma nova era para a empresa. “Somos líderes de mercado no setor civil de VANTs no Brasil e vamos poder focar mais no segmento de imageamento aéreo, agora também com a utilização de aeronaves tripuladas”, complementa Kancelkis.
Heriventon Prado, da Transpreserv, destaca que a soma da tecnologia e inovação da AGX aliada à expertise da empresa mineira resultará em prestação de serviços com custo 30% inferior aos praticados hoje no mercado nacional. “Temos serviços que são complementares como o georreferenciamento rural e municipal, além de trabalhos topográficos aéreos e terrestres”, diz o gerente da Transpreserv.
A AGX passa a ser a 19ª empresa do grupo a que pertence a Transpreserv, cujo faturamento anual atinge 450 milhões de reais.