Trabalho realizado pela empresa de sensoriamento remoto permite o gerenciamento de riscos ambientais, tais como desmatamentos seletivos e construções irregulares, auxiliando na gestão territorial
A Bradar, empresa do grupo Embraer Defesa & Segurança, que atua na área de sensoriamento remoto e radares para vigilância aérea e terrestre, renovou a parceria com a Santo Antônio Energia, responsável pela construção e operação da Hidrelétrica Santo Antônio e pela comercialização da energia gerada. O novo contrato terá duração de 12 meses e tem como objetivo realizar monitoramento da área do reservatório da companhia no rio Madeira, em Porto Velho (RO).
Com o monitoramento realizado pela Bradar, é possível obter informações técnicas que atendem a legislação do país para a implantação e a operação de uma usina. Esta é a primeira vez que uma usina, no Brasil, realiza esse monitoramento por meio de um radar aerotransportado. “Estamos felizes, pois constatou-se a eficiência da aplicação da tecnologia de radar para o monitoramento de grandes áreas”, comenta o presidente da Bradar, Maurício Aveiro.
Este novo contrato será responsável por realizar o acompanhamento mensal de uma área de cerca de 2,8 mil km², a fim de identificar regiões que sofreram alterações na vegetação provocadas por desmatamentos, clareiras, caminhos, alterações de borda, corte seletivo de árvores e novas edificações, entre outros. O monitoramento permitirá maior controle sob a área de proteção do reservatório, coibindo possíveis danos ao patrimônio e gerando documentação com fatos e dados precisos.
Para o monitoramento, a Bradar utiliza radares com duas bandas, X e P, o que proporciona análises mais críticas do terreno, capturando informações da superfície exposta e também do terreno sob a floresta. Com isso, é possível obter informações das áreas inundadas sob a vegetação fechada, fundamentais para a segurança da hidrelétrica.
No primeiro ano de trabalho, a Bradar forneceu a Santo Antônio informações aeroespaciais da área do reservatório da usina, as quais auxiliaram a empresa na gestão territorial e na prevenção de riscos e contenção de danos.
“Com esses dados é possível subsidiar o Departamento Jurídico da companhia na produção de provas que podem ser usadas em possíveis ações de natureza fundiária. Também permite otimizar os processos operacionais, potencializando medidas preventivas e agilizando a tomada de decisões em ações corretivas”, ressalta Guilherme Abbad, gerente de Sustentabilidade da Santo Antônio Energia.
O estudo também trouxe informações sobre mudanças ocorridas na paisagem em determinado intervalo de tempo. A alta resolução do radar da Bradar, com precisão de um metro, torna factível identificar até mesmo o desmatamento seletivo, no qual árvores individuais são removidas no interior da floresta.
“O mais importante foi demonstrar que o monitoramento ambiental por meio do radar é viável, mesmo competindo com outras tecnologias, como satélite e laser, e que o custo-benefício compensa”, explica Maurício Aveiro, presidente da Bradar. “Há uma grande redução no trabalho de campo, uma precisão excelente nas informações obtidas e rapidez no processamento dos dados, possibilitando realizar comparações mensais da área sobrevoada”, completa o executivo.
Legislação Ambiental
De acordo com a Santo Antônio Energia, a legislação ambiental para esse tipo de empreendimento determina que nas áreas de influência sejam feita a demarcação de uma área de preservação permanente. A Santo Antônio Energia preserva, aproximadamente, 30 mil hectares que hoje fazem parte de um cinturão verde em volta do empreendimento.
Para evitar que a área de preservação da usina sofra com roubo de madeira, desmatamento, habitações irregulares, queimadas, entre outros, a Santo Antônio Energia desenvolve o Programa de Gestão Sócio-Patrimonial, cuja meta é controlar as áreas sob o ponto de vista social, econômico e patrimonial. “Investimos nesta tecnologia para proteger ainda mais nossas áreas, uma vez que as informações são disponibilizadas mensalmente”, explica Abbad.
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