O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês) foi apresentado a pesquisadores chineses no Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing, realizado na semana passada na Peking University.
Segundo Paulo Nobre, coordenador geral do BESM e da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), em vez de usar outros modelos existentes, como os norte-americanos ou os europeus, a proposta de desenvolver o BESM é ter uma ferramenta que possa auxiliar nas pesquisas sobre fatores da realidade brasileira, como queimadas ou o desmatamento na Floresta Amazônica.
“Com o BESM, poderemos produzir cenários para futuras mudanças ambientais e ser capazes de representar processos importantes para o Brasil, mas que poderiam ser considerados secundários em outros modelos. Outra vantagem é a integração com grandes programas de pesquisa, como o BIOTA-FAPESP e o LBA [Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia]”, disse Nobre.
“Outros pontos positivos são poder formar uma nova geração de cientistas capazes de produzir modelos do clima, da atmosfera, dos oceanos, da superfície e químicos, além do próprio avanço da ciência climática e de poder colaborar com países com interesses semelhantes”, disse Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O BESM é um eixo estruturante da pesquisa em mudanças climáticas no Brasil e oferece subsídios para o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), para a Rede Clima e para o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC).
O BESM roda em um supercomputador, o Tupã, adquirido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela FAPESP, e instalado na unidade do Inpe em Cachoeira Paulista (SP).
Segundo Nobre, ainda que os princípios físicos básicos que regulam os efeitos da concentração de dióxido de carbono na atmosfera sejam conhecidos desde o século 19, o conhecimento necessário para prever os efeitos detalhados do acúmulo de gases que causam o efeito estufa na atmosfera é insuficiente.
“Diferentemente de outras mudanças severas, seja de natureza local ou regional, que a humanidade enfrentou no passado – como a peste negra na Europa durante a Idade Média ou o perigo do inverno nuclear durante a Guerra Fria –, as mudanças climáticas globais representam o maior desafio já vivido pelo homem, uma vez que exigem não apenas uma compreensão profunda das leis físicas da natureza em um nível ainda não atingido, mas também o processamento de uma quantidade sem precedentes de dados e de cobertura do sistema terrestre e da sociedade”, disse.
Para lidar com tamanho desafio, pesquisadores têm criado modelos matemáticos para descrever o funcionamento aproximado do sistema terrestre, em níveis de complexidade cada vez maiores, em uma tentativa de prever as causas e as consequências do acúmulo de gases estufa na atmosfera, na biosfera e nos oceanos, explicou Nobre.
“O BESM é uma forma de incorporar conhecimento sobre as florestas e os oceanos tropicais no quebra-cabeça das mudanças climáticas globais”, disse Nobre.
Fonte: Agência Fapesp
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