Com experiência de mais de 14 anos na indústria de TI e quase 20 anos em negócios, em sua função atual Leandro supervisiona a geração de negócios e a sustentabilidade para a Esri, em todas as indústrias da América Latina e do Caribe. Sua missão profissional é transformar as organizações latino-americanas acelerando a adoção da tecnologia GIS, entendendo suas necessidades e fluxos de trabalho empresariais e traduzi-las em soluções GIS de alto valor agregado GIS. Participante ativo do espaço regional de TI, Leandro tem experiência em várias áreas, incluindo serviços públicos, transporte e infraestrutura, recursos naturais e mineração, entre outros, e é um palestrante frequente em conferências e eventos de tecnologia. Engenheiro Civil formado com honras pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina, possui MBA pela San Pablo CEU School of Business, Espanha.
MundoGEO: Por que a Esri abriu um escritório em Miami?
Leandro Rodriguez: A Esri continua a expandir sua presença global com a abertura de um escritório em Miami, Flórida. Este último empreendimento demonstra o compromisso da Esri em apoiar a comunidade de usuários GIS nacional e internacional. O escritório em Miami tem uma dupla finalidade: aumentar o suporte técnico e de negócios da empresa para clientes e distribuidores na América Latina e no Caribe e, ao mesmo tempo, reforçar a sua infraestrutura de negócios no sudeste dos Estados Unidos. Este novo escritório nos permitirá aproximar nossa capacidade de crescimento e equipe com a comunidade de clientes, distribuidores e parceiros na região. A nova unidade Esri fica perto do famoso Miracle Mile de Miami e apresenta um centro de conferências moderno para reuniões, seminários sobre as últimas novidades Esri e workshops e demonstrações de tecnologia. Escritórios para todos os funcionários Esri dedicados à América Latina Caribe e ao sudeste dos Estados Unidos estarão localizados nestas instalações, e a empresa espera que o número de funcionários aumente progressivamente. Jack Dangermond, fundador e presidente da Esri, observou que o uso do GIS na América Latina tem experimentado um crescimento rápido e contínuo ao longo dos últimos anos. De acordo com Dangermond, “enquanto nossas implementações atuais forem bem apoiadas pela rede de distribuidores da Esri, acredito que o momento é propício para estabelecer um escritório Esri focado na região para ajudar nossos usuários a alavancar seus investimentos GIS a obter mais valor em um futuro desafiador”.
MG: A Esri tem escritórios similares para atender regiões específicas, por exemplo Europa, Ásia e Africa?
LR: Sim, a Esri possui escritórios regionais da Esri na Holanda para a Europa, em Dubai para o Oriente Médio e África, e em Cingapura para gerenciar o Sudeste Asiático. Suas funções são semelhantes ao escritório de Miami que atende América Latina e Caribe.
MG: Você acredita que as previsões da Esri estão acontecendo na velocidade esperada e que no futuro todo GIS será na Cloud?
LR: O GIS está sendo transformado de apenas uma tecnologia de software para uma plataforma integrada com serviços de conteúdo que estão disponíveis para organizações de todos os tipos. Esta plataforma é aberta, simples de usar e acessível. Ela também apoia as organizações em suas necessidades geocêntricas, bem como em tarefas mais amplas como proporcionar uma comunicação baseada em mapas e análises espaciais. Por causa da natureza integradora do GIS, isto significa abordagens mais integradas para o trabalho de todos os tipos. Há uma série de tendências que vale a pena mencionar. Em primeiro lugar, estamos claramente vivendo em uma época sem precedentes, onde a informação geográfica é cada vez mais necessária. Nosso crescimento populacional (quadruplicado no século passado) está tendo um grande impacto sobre nosso planeta vivo. Ao mesmo tempo, os avanços na tecnologia e, particularmente, da tecnologia da informação, estão contribuindo para uma revolução em nossa capacidade de organizar e gerenciar informações. Com o surgimento da Internet e sua conexão com praticamente todos os computadores, o acesso à informação vem crescendo. Hoje, a Internet em conjunto com dispositivos inteligentes e mídias sociais está conectando literalmente bilhões de pessoas, facilitando o acesso de larga escala ao conhecimento do mundo. O GIS agora está sendo implementado nesta plataforma. Esta tecnologia vai permitir-nos organizar o conhecimento geográfico de modo que possa ser facilmente disponibilizado e utilizado para múltiplas aplicações. Embora isso esteja só começando, podemos ver que estamos em uma trajetória em que alguns desses dados e aplicativos geoespaciais que usamos pessoalmente e em nossas organizações serão conectados, integrados e compartilhados com os dos outros. Isso inclui a geografia cultural, como a demografia, as pessoas, empresas e economias, bem como a geografia física, incluindo o amplo espectro de variação biológica e física.
MG: Como a Esri vem lidando com as mudanças na organização e quantidade de dados? A companhia tem ferramentas específicas para lidar com Big Data?
LR: O ArcGIS lida com Big Data de forma com que ele possa ser analisado e visualizado a partir de uma perspectiva geográfica. Ele reúne não só grandes volumes de dados, mas também dados de diferentes tipos. Nós temos basicamente três abordagens para Big Data: a) Ferramentas específicas para conectar e gerenciar Big Data, como as ferramentas GIS para Hadoop, um conjunto de ferramentas de código aberto destinado a grandes análises de dados espaciais; b) Conexão com soluções já existentes: a Esri tem soluções que conversam com várias plataformas de dados de desenvolvedores reconhecidos como IBM, Microsoft e SAP; c) Valorizar Big Data com localização: o ArcGIS inclui dados que podem ser usados para melhor compreender o Big Data mapeado. Enriquecer mapas com dados demográficos do ArcGIS produz conhecimento sobre as áreas de interesse e as pessoas dentro delas, além das necessidades da população.
MG: Quais os principais projetos e as novidades que a Esri irá lançar nos próximos cinco anos?
LR: Nós não vemos a nossa posição no mercado como certa. Reconhecemos que é um mundo competitivo, e estamos trabalhando duro para fazer melhorar nossos métodos e tecnologia para ficarmos à frente. Em um campo tão competitivo como o nosso, é necessária uma gestão baseada em valores consistentes. Estamos focados em continuar a desenvolver a nossa tecnologia e suporte aos nossos usuários. Nós vemos uma transformação acontecendo em nosso mercado, aquela em que temos a oportunidade de colaborar e influenciar uma comunidade muito maior com a nossa inovação. Estamos fazendo parcerias com os nossos usuários e evoluindo a nossa organização para torná-la mais sensível a isso. Enquanto continuamos a focar em tecnologia GIS que suporta atividades relacionadas a estudos da Terra, também temos transformado nossa tecnologia geoespacial em uma plataforma que é usada na computação empresarial, oferecendo suporte aos desenvolvedores de softwares mais variados. O uso de mapeamento e aplicações GIS está crescendo rapidamente, tanto para o mapeamento corporativo quanto de location analytics. Isto está impactando a forma com que as organizações vêem o mundo. Vemos esse crescimento se perpetuando no futuro em governos, educação, e cada vez mais no setor privado. Os padrões de mapeamento e GIS na web estão ampliando a capacidade dos nossos usuários e criando uma comunidade de novos interessados. Isso afeta muito os nossos usuários tradicionais, e à medida em que a nossa nova geração de tecnologias abre novas oportunidades para eles, suas organizações usarão os investimentos em GIS para atender um público maior. Estamos muito animados em relação a isso, pois reflete o nosso interesse e objetivo em atender toda a sociedade.
MG: Por que a arquitetura WebGIS está criando uma revolução no mercado? Como a Esri está se preparando para lidar com a popularização deste segmento?
LR: O GIS na web é um novo padrão que está criando uma revolução no mercado – abrindo o mundo das informações geográficas para todos através do uso de mapas na web e apps. Aplicativos simples permitem aos usuários visualizar, integrar e analisar dados geoespaciais de todos os tipos. Esta capacidade combinada com a arquitetura do WebGIS permite que as organizações integrem as suas bases de dados. O WebGIS é uma arquitetura aberta e flexível. Isto significa que os usuários podem facilmente configurar o sistema e colaborar através e entre as organizações. Fundamentalmente, este novo padrão torna o GIS mais fácil e acessível, além de oferecer novos recursos para usuários corporativos. Por exemplo, as pessoas podem facilmente fazer mapas a partir de seus dados, bem como compartilhar esses mapas em uma organização. Isso é possível porque dados geoespaciais são compartilhados como serviços que podem ser imediatamente utilizados a partir de aplicativos. A Esri desenvolveu o ArcGIS Online, a “parte” online do ArcGIS, que representa a primeira plataforma completa de GIS na web. Foi projetado para integrar tudo o que Esri e nossos usuários têm feito, e também incorporar as tecnologias emergentes e as tendências geoespaciais. É, claramente, um passo evolutivo no nosso trabalho e representa uma mudança do GIS em uma plataforma baseada em serviços.
MG: Qual é a estratégia da Esri para facilitar o uso do GIS?
LR: Nossa tecnologia está, definitivamente, se tornando mais acessível com o lançamento de uma série de aplicativos que são fáceis de usar e próximos do usuário. No entanto, nosso principal negócio continua focando em profissionais geoespaciais e usuários corporativos que alavancam nossa plataforma para uso em suas organizações. Uma tendência importante é que nossos usuários em grandes organizações estão começando a usar o ArcGIS como uma plataforma de localização para espacializar e mapear seus dados empresariais. Este padrão é parte de nossa estratégia para geo-habilitar toda a empresa, como profissionais de negócios, trabalhadores em campo, tomadores de decisão e até mesmo os cidadãos e consumidores.
MG: Percebemos que a Esri está deixando de ser apenas uma empresa de venda e suporte de software para se tornar uma provedora de uma plataforma integrada com serviços online. Está correta essa análise?
LR: De certa forma, sim. Estamos investindo fortemente na criação de conteúdo pronto para uso para os nossos usuários. Estamos fazendo esta uma parte fundamental da nossa plataforma. Parte disto está sendo construído através de uma parceria com os nossos usuários. Isto inclui milhares de organizações que trabalham com a Esri para criar mapas comunitários. Estamos também trabalhando com um número de empresas de conteúdo comercial, como a DigitalGlobe, RapidEye, Airbus, HERE, DeLorme, AccuWeather, etc., de modo que as informações estejam diretamente disponíveis para os usuários.
MG: Quais as soluções e avanços da Esri no mercado de Business Intelligence (BI)?
LR: Nossa resposta para essa pergunta são os mapas da Esri para aplicativos (Esri Maps for… apps). Trata-se de aplicativos de localização que trazem recursos de mapeamento e GeoEnrichment da Esri para as aplicações cotidianas, como o Business Intelligence (BI) e sistemas CRM, além de ferramentas populares como o Microsoft Office e SharePoint. Os usuários não precisam ser especialistas em mapeamento para criar um mapa. E os mapas e as análises podem ser compartilhados, através da plataforma, com outras pessoas em sua organização.