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Pesquisadores da UFV disponibilizam dados espaciais de Minas Gerais

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Com a massificação da internet, a todo o momento as pessoas buscam dados espaciais para diferentes finalidades, como planejar uma viagem, realizar uma pesquisa acadêmica, decidir sobre a compra de um imóvel ou quando o poder público e a iniciativa privada planejam ações e investimentos. Mas de nada adianta buscar essa informação se ela não estiver disponível para ser acessada facilmente. Uma equipe de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UFV (Universidade Federal de Viçosa), liderada pelo professor Jugurta Lisboa Filho, desenvolve pesquisas visando disponibilizar dados espaciais para usuários.

Pesquisadores da UFV disponibilizam dados espaciais de Minas Gerais online
Foto: André Berlinck

Utilizando Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE), os pesquisadores criam portais onde disponibilizam de forma organizada informações geográficas existentes. Os portais fornecem mecanismos para busca, acesso, colaboração e visualização online dos dados. A equipe criou geoportais para o município de Viçosa e o estado de Minas Gerais com acesso livre, onde podem ser consultados mapas interativos e imagens de satélite, com dados sobre área, perímetro, uso do solo, relevo, hidrografia e várias outras informações geográficas.

De acordo com o professor Jugurta, a sua equipe não produz dados nem faz análise deles. “Os dados existem e estão espalhados. Nós buscamos criar estruturas que reúnam esses dados, de forma que quem tem o dado possa disponibilizá-lo e quem precisa dele possa acessá-lo facilmente por meio da tecnologia”. O pesquisador destaca que “hoje todo mundo se baseia em algum dado espacial a todo tempo, utilizando, por exemplo, o Google Maps. A ferramenta pode fornecer um trajeto entre duas cidades, que vai ser o caminho mais curto, não necessariamente o melhor. O Google fornece alguns dados, mas ele é uma empresa privada e não tem a obrigação de fornecer dados completos e corretos. Com um dado de baixa qualidade, você acaba expondo as pessoas a riscos. O mais interessante é que o Estado forneça os dados. Existem órgãos governamentais que produzem dados espaciais com qualidade, mas se eles não estiverem organizados, tendem a se perder”.

O município de Viçosa e o estado de Minas Gerais já dispõem de dados espaciais de qualidade que podem ser acessados facilmente pela população. Tanto em uma iniciativa como na outra, todo o conteúdo disponível segue o Perfil de Metadados Geoespaciais do Brasil (Perfil MGB), que é o formato padrão de documentação para todo dado geográfico ligado ao território nacional. O Perfil MGB foi estabelecido em 2010 pela Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE). O professor Jugurta explica que a padronização evita perda de tempo e de dinheiro. Produzir dados espaciais requer altos investimentos. Antes do Perfil MGB ser estabelecido, ocorria duplicidade de informações produzidas. Investia-se duas vezes para produzir o mesmo dado, pois um órgão não sabia da existência do dado produzido por outro.

Para Minas Gerais, os pesquisadores da UFV criaram uma IDE tendo como base o Projeto GeoMINAS, uma iniciativa pioneira que, em 1995, disponibilizou dados geoespaciais em um site. Desde o seu lançamento o site não recebeu atualizações e foi retirado do ar em 2011. No mesmo ano,  durante a disciplina de Bancos de Dados Espaciais ministrada pelo professor Jugurta, estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação resgataram os dados originais do Projeto GeoMINAS, elaboraram os metadados de acordo com o Perfil MGB e disponibilizaram na IDEGeoMINAS. No portal também foram incluídas novas informações, como dados do último Censo, imagens de satélites e tipos de solos.

Para Viçosa, em parceria com a empresa Iplanus Engenharia e Sistemas e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a equipe do professor Jugurta criou o GeoPortal Viçosa, que reúne e compartilha informações geográficas existentes sobre o município. No portal podem ser acessados facilmente dados sobre ruas, edificações, rios, distribuição populacional, condições de vida, emprego e renda, creches, áreas verdes, áreas de preservação, clima, qualidade da água, solo e várias outras informações.

Atualmente, os pesquisadores da UFV desenvolvem um projeto aprovado pela Fapemig e pela Cemig, que visa criar o GeoPortal Cemig, através da implantação de uma IDE. O GeoPortal vai manter e organizar fluxos de dados espaciais que a Cemig possui, permitindo que setores da própria concessionária de energia elétrica e empresas parceiras consultem, manipulem e compartilhem informações geográficas visando aperfeiçoar suas ações.

Fonte: PPG/UFV

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