Nos meses de agosto, setembro e outubro de 2014, as áreas de alerta para desmatamento por corte raso e por degradação florestal somaram 1.924 km², conforme registro do DETER, o sistema de detecção em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) baseado em satélites de resolução espacial moderada. A operação do DETER é voltada a orientar a fiscalização em campo para coibir o desmatamento ilegal.
Com base nas proporções de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos positivos medidas nas avaliações dos dados do DETER contra imagens de resolução espacial mais fina (30 m) neste trimestre, estima-se uma área de 856 km2 de desmatamento por corte raso, 1.000 km2 de áreas com evidências de degradação florestal, além de 68 km2 de falsos positivos.
Em agosto foram estimados 890 km2 de alertas de corte raso. Em setembro, a estimativa atingiu 736 km2, enquanto em outubro foi de 298 km2. As distribuições da soma das áreas de alerta de corte raso, de alerta de degradação e dos falsos positivos nos Estados, em cada mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a seguir.
Desde 2008, o INPE realiza uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte raso, degradação florestal e falsos positivos, por meio da comparação dos polígonos do DETER com imagens de melhor resolução, como as do Landsat.
No mês de agosto foram examinados 1.139 polígonos, 72,4% das ocorrências que representam 73,5% da área total de alertas. Foi constatado que 54,3% da área dos alertas se tratam de cortes rasos, 41,3% são áreas de degradação florestal e 4,4% dos alertas não se confirmaram e foram considerados falsos positivos. Deste modo, estima-se que em agosto o DETER forneceu alertas de 483 km2 de corte raso e 368 km2 de degradação florestal.
Para o mês de setembro o INPE examinou 544 polígonos que representam 64,6% das ocorrências e 79,3% da área total de alertas. Foi constatado que 31,5% da área dos alertas se tratam de cortes rasos, 65,3% são áreas de degradação florestal e 4,6% dos alertas não se confirmaram e foram considerados como falsos positivos. Com base nesta avaliação, estima-se que em setembro o DETER forneceu alertas de 232 km2 de corte raso e 481 km2 de degradação florestal.
Na avaliação do mês de outubro, o INPE examinou 306 polígonos que representam 73,2% das ocorrências e 79% da área total de alertas. Foi constatado que 47,2% da área dos alertas se tratam de cortes rasos, 51,1% são áreas de degradação florestal e 1,8% dos alertas foram considerados falsos positivos. Deste modo, estima-se que em outubro o DETER forneceu alertas de 141 km2 de corte raso e 152 km2 de degradação florestal.
Os resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos alertas emitidos pelo DETER.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Confira os relatórios mensais completos na página www.obt.inpe.br/deter
Sistema de alerta
Realizado pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens.
Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área de Alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km2 medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira ou incêndios florestais, que podem ser parte do processo de desmatamento na região.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como demais dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.
Fonte: Inpe