Por Amadeu Rampazzo Junior
Um estudo inédito realizado pela equipe de sensoriamento remoto e georreferenciamento da Agrosig Brasil estima que o município de Sinop no estado de Mato Grosso, tem mais de 60 mil hectares de passivo ambiental considerando o Novo Código Florestal. Esta área deverá ser recuperada pelos proprietários rurais através da restauração florestal ou compensada através da compra de Cotas de Reserva Ambiental-CRA.
O trabalho realizado estudou e analisou uma base de dados georreferenciada que inclui hidrografia, perímetro e imagens de satélite dos anos de 2001, 2008 e 2014, fazendo um comparativo entre elas. Todo o processo foi desenvolvido por meio de métodos de sensoriamento remoto, determinando as zonas de alcance dos rios, lagos e demais cursos d’água, para enfim definir o tamanho das Áreas de Preservação Permanentes de todo o município. Para a Reserva Legal, foram consideradas a legislação atual (80% de reserva legal em áreas de florestas localizado na Amazônia Legal) e a legislação anterior – MP nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001 (50% de reserva legal), já que, de acordo com a artigo 68 da lei atual, quem, na época realizou a supressão da vegetação respeitando os percentuais previsto pela legislação em vigor são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração.
A ideia de estudar Sinop surgiu pelo fato de a sede da empresa se localizar na cidade mato-grossense. “Trabalhamos todos os dias com o dados georreferenciados e foi então que surgiu a idéia de simular como seria realizar o Cadastro Ambiental Rural de todo o município, para que pudéssemos então determinar em média o quanto seria gasto na recuperação dos passivos ambientais de uma forma geral, saindo do campo individual”, explica Amadeu Rampazzo Junior, um dos co-fundadores, que comanda a Agrosig em Sinop.
Através de todo o estudo realizado, estima-se que a área total a ser restaurada ou compensada no município é de cerca de 63,856,45 hectares (16% da área total de Sinop). Sendo assim, a equipe também estimou que os proprietários rurais sinopenses terão que desembolsar algo em torno de 186 milhões de reais para compensar o passivo ambiental total a partir da compra de Cotas de Reserva Ambiental, mais conhecidas como CRAs. Se preferiram ou tiverem que restaurar toda essa área, o custo é ainda maior e pode chegar a 702 milhões de reais em 20 anos.
“Nossa intenção, foi despertar também a curiosidade dos produtores e das prefeiituras. Como é que seria levantar todo o passivo ambiental do município? Esta é a pergunta que gostaríamos que todos se fizessem”, afirma Rampazzo.
O estudo completo está disponível para ser baixado no site da Agrosig Brasil. Os interessados em levantar todo o passivo ambiental de sua cidade, podem entrar em contato com a empresa e orçar seus serviços.
Amadeu Rampazzo Junior
Eng. Agrônomo e fundador da Agrosig Brasil