Uma parceria entre a Embrapa Monitoramento por Satélite e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está ajudando no planejamento da gestão das fazendas experimentais da agência. No final de 2014, a unidade da Embrapa, localizada em Campinas (SP), transferiu dados, mapas impressos e digitais para gestores de cinco fazendas da APTA. Os mapas contêm informações sobre delimitações externas e divisões internas, solos, hidrografia, relevo e uso e cobertura. As bases irão apoiar o planejamento das pesquisas desenvolvidas e a tomada de decisão na gestão das propriedades.
Em Andradina (SP), a fazenda da APTA de Extremo Oeste está utilizando as bases para a atualização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e para a tomada de decisões. “Os mapas contribuíram com uma melhor visualização da unidade experimental, o que permite a tomada de decisão com maior respaldo técnico”, ressaltou Gustavo Pavan Mateus, gestor da APTA de Extremo Oeste.
O gestor informou ainda que, no Polo de Andradina, as informações levantadas pelas análises de solo – que estão ocorrendo no momento – serão inseridas no banco de dados cartográficos da propriedade. Esse é outro recurso disponibilizado pela parceria com a Embrapa. Já Karla Conceição Pereira, pesquisadora da APTA do Polo Regional Vale do Paraíba, acredita que as bases promoveram uma gestão integrada dos diferentes setores da fazenda e facilitaram a definição de áreas para implantação de experimentos.
As bases de dados foram entregues em novembro de 2014, durante uma capacitação dos gestores realizada na Embrapa Monitoramento por Satélite. Elas foram depositadas no GeoNode, uma plataforma de código aberto que permite ao usuário catalogar, visualizar e compartilhar dados geoespaciais. Os mapas digitais podem ser acessados e editados pelos próprios usuários através do software livre QuantumGIS.
Parceria
As fazendas selecionadas estabeleceram parceria com Embrapa Monitoramento por Satélite no âmbito do projeto GeoDegrade. O estudo da Embrapa visou mapear e qualificar as pastagens nos biomas Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. Foram selecionadas áreas representativas das principais dinâmicas de degradação nesses biomas e que fossem de fácil acesso para coleta de dados. A APTA contribuiu com a cessão das fazendas de Andradina e Pindamonhangaba – para os estudos da Mata Atlântica -, e de Colina, Sertãozinho e Nova Odessa – para o Cerrado. As fazendas foram beneficiadas com as bases físicas de suas propriedades e imagens orbitais de alta resolução espacial, além da coautoria em publicações técnico-científicas do projeto GeoDegrade.
A coordenadora do projeto e pesquisadora da Embrapa Monitoramento por Satélite, Sandra Furlan Nogueira, destacou a importância da parceria. “A parceria foi muito importante tanto para a Embrapa quanto para a APTA. Conseguimos convergir interesses técnicos e científicos e gerar produtos que contribuem para o sucesso de pesquisas nas instituições e também no setor agropecuário”, afirmou.
Mapas dinâmicos
As cinco Unidades da APTA, parceiras no projeto GeoDegrade, seguem editando as bases de dados, agregando ou corrigindo informações das propriedades.
“Ao passo que vamos gerando informações sobre a propriedade, estamos atualizando nossas bases”, disse Linda Mônica, pesquisadora do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa. Para ela, o uso dos mapas é uma ferramenta estratégica. “Visualizamos conjuntamente a área total da fazenda, observando as áreas limitadas por declividade e a presença de recursos hídricos, por exemplo. A experiência de trabalho com os mapas gerados pela Embrapa foi considerada bastante importante no planejamento atual da fazenda”, concluiu.
Fonte: Embrapa