O Brasil será o primeiro País da América Latina e Caribe a fazer o mapeamento doméstico de vulnerabilidade da zona costeira às mudanças climáticas. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou a iniciativa nesta terça-feira (7), em Brasília, com instituições espanholas e das Nações Unidas, parceiras na realização do trabalho. A medida começará pelo litoral de Santa Catarina e terá o objetivo de identificar as fragilidades da região ao aquecimento global.
O foco é promover ações de adaptação às mudanças climáticas na costa brasileira. A iniciativa faz parte de um programa de cooperação do MMA com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal).
A ação inclui um projeto com o Instituto de Hidráulica da Cantábria (IHC), cujo objetivo é criar bases de dados históricas, projeções e metodologias para analisar riscos no litoral catarinense. No âmbito nacional, a medida será realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Primeiro Passo
A expectativa é que o mapeamento seja feito nos demais estados costeiros do País. “Esse é um ponto de partida, um primeiro passo”, afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Ney Maranhão.
“Precisamos engajar os pesquisadores e estender a ação para todo o litoral. É fundamental discutir necessidades futuras e começar a fazer um inventário do nosso litoral no que se refere à vulnerabilidade às mudanças climáticas.”
O mapeamento que será realizado em território brasileiro terá relevância para o restante da comunidade internacional. O conselheiro de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente da Embaixada da Espanha, Luís Benito Ruiz, classificou como positivo o início do levantamento no Brasil. “O trabalho será bastante útil para a troca de experiências e o desenvolvimento de políticas públicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, destacou.
Clima nas zonas costeiras
As zonas costeiras são regiões bastante ameaçadas pelas mudanças do clima. Entre os riscos, há a elevação do nível do mar e o aumento da frequência de eventos extremos, além da erosão e inundação, a intrusão salina e o comprometimento dos recursos naturais e da biodiversidade. A estimativa dos valores materiais potencialmente em risco na zona costeira é de R$ 136 bilhões, de acordo com o estudo realizado pela UFRJ.
Nesse cenário, as ações de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente