Com lançamento previsto para 17 de julho, quando se celebra o Dia da Proteção das Florestas, o Projeto Ecodrones Brasil tem a intenção de otimizar a conservação, não apenas do ponto de vista técnico como também econômico, já que as ações necessárias para a proteção dos recursos naturais requerem, na maioria das vezes, bastante tempo e dinheiro (Assista ao vídeo, que explica como os drones podem ser usados para aperfeiçoar a gestão, a vigilância e o monitoramento dos recursos naturais do nosso País).
Segundo o especialista do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Marcelo Oliveira, o potencial de uso desses equipamentos na esfera ambiental é enorme. Ele contou que os ecodrones trazem oportunidades inovadoras para o mapeamento de áreas protegidas, monitoramento da biodiversidade, combate a incêndios florestais, caça e exploração dos recursos naturais, bem como na coleta de dados científicos.
O diretor de Criação e Manejo do ICMBio, Sergio Brant, destacou que o órgão tem muito interesse nas possibilidades e alternativas de uso dos Vant’s. “É uma ferramenta interessante, que tem uma série de possibilidades de utilização em áreas protegidas: desde fiscalização até o uso público”, afirmou.
O emprego de veículos aéreos não tripulados para a defesa da biodiversidade já é reconhecido como uma estratégia bastante eficaz em alguns continentes, como África e Ásia. Em 2012, o WWF ganhou um prêmio de U$ 5 milhões do Google para um projeto com vistas a reduzir a morte de elefantes e rinocerontes em áreas protegidas na África.
Na Austrália, um experimento de monitoramento do Dugongo – um tipo de mamífero aquático semelhante ao peixe-boi – foi feito com Vant’s e trouxe resultados mais rápidos, mais baratos e mais refinados do que o método tradicionalmente utilizado de enviar um grupo de pesquisadores a bordo de um avião.
A aplicação da tecnologia no cenário brasileiro ainda é tímida ou realizada de forma isolada, especialmente por que a lei que regulamenta seu uso não traz regras claras para este tipo de finalidade.
Nesse sentido, o Projeto Ecodrones está focado em construir um cenário favorável para a utilização de Vant’s na questão ambiental no Brasil nos próximos meses. “Nós não faremos uso recreativo ou comercial deste equipamento, e entendemos que é preciso uma normatização diferente, que contemple e auxilie seu uso com objetivo de conservação do patrimônio natural brasileiro”, disse Oliveira.
Além da regulamentação, ele defendeu que é preciso formar um corpo técnico que seja capacitado e habilitado para pilotar os equipamentos e realizar um planejamento que possibilite
voos seguros e eficientes. “É nessa etapa que o grupo de cooperação está concentrando seus esforços”, afirmou Oliveira.
O grupo de cooperação, que foi formado em junho, busca não só planejar como utilizar esta tecnologia e ajudar os órgãos reguladores – como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – a construir leis que ajudem e facilitem o uso desses aparelhos para o monitoramento de toda a biodiversidade brasileira.
Este grupo que vem pensando em todas essas questões é formado pelo WWF-Brasil, pela organização não governamental inglesa Conservation Drones, o ICMBio, a Agência Nacional de Águas (ANA), a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Araguaia de Proteção Ambiental, uma organização não-governamental do Estado do Tocantins.
Fonte: DroneShow LatinAmerica