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Como enfrentar a crise?

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Profissionais, empresas e prestadores de serviços de geotecnologias vêm sentindo a desaceleração do crescimento econômico do Brasil. Veja opiniões de empresários e profissionais que estão “driblando” as dificuldades para continuar crescendo

A economia brasileira não está bem e o reflexo disto pode ser observado nos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que acusam o aumento do desemprego e da inflação, além da queda nas vendas em muitos setores, tais como construção, automotivo, infraestrutura e óleo e gás.

A previsão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é de que a indústria nacional sofra uma queda de 4,5% neste ano, por conta do ajuste fiscal do governo, da crise na Petrobras e da menor disponibilidade de crédito. Isto sem adentrar à desvalorização do real em relação ao dólar. Além disso, de acordo com uma projeção feita pela ONU, o país terá uma retração de 1,5% do seu PIB em 2015. Portanto, o Brasil não está em um cenário muito animador para o pequeno e médio empresário.

O mercado de geotecnologias surgiu e cresceu em um ritmo bastante acelerado, com um panorama extremamente promissor, uma vez que seu crescimento está relacionado aos investimentos do segmento geoespacial, na evolução das tecnologias e no desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas (GIS), instrumentos que potencializam o número de aplicações e atraem usuários, provedores e consumidores da informação geográfica.

Mas, infelizmente, o setor de geotecnologias não passa incólume à crise, o que podemos sentir na redução de contratações e projetos parados, por exemplo. Nesse sentido, a Revista MundoGEO consultou algumas empresas do setor para saber quais são as principais formas adotadas para encarar a crise.

A crise passada a limpo…

Segundo Eduardo Farto, Gestor de Negócios da Métrica Tecnologia, “Enquanto muitas empresas concentram-se no corte de custos, a Métrica adotou outra forma de enfrentar a crise. Estamos aumentando os investimentos na melhoria de nossos produtos, serviços e desenvolvimento de nossos colaboradores, pois acreditamos que o mercado fará uma seleção natural das empresas que oferecem produtos e serviços com maior valor agregado. Acreditamos que, com dedicação ao trabalho, superaremos qualquer crise, por isso estamos conquistando novos clientes e parceiros por meio da indicação de nossos próprios clientes. Também fizemos investimentos na ampliação de nossa rede de revendedores e iniciamos novas parcerias com instituições de ensino, visando beneficiar futuros profissionais do Brasil”.

Planejar é preciso!

Seja politica e/ou econômica, a crise no Brasil está obrigando as empresas de alguns setores a tomarem medidas. Entre as estratégias observadas, está renegociar preços com seus fornecedores, investir em marketing, diversificar produtos, adotar novos modelos de negócios e, chegando até mesmo ao ponto de “enxugar” o quadro de funcionários.
Para Cesar Antonio Francisco, Diretor e Presidente do Grupo Engemap, “O cenário da crise nacional exige ainda mais o planejamento das empresas para suportar e ultrapassar com êxito este momento. A demanda na área de geotecnologia continua forte, não parou. Entretanto, o dinheiro sumiu do mercado, isto é fato! Sendo assim, é necessário a constante negociação com clientes e fornecedores, a fim de manter o ciclo do negócio. A Engemap, nos últimos anos, se preparou de maneira estratégica e organizada, profissionalizando ainda mais sua gestão e seus planos de negócio, trazendo a consolidação do Grupo Engemap (formado pelas empresas Engemap, Sensormap, Cadmap e Satmap). Estamos confiantes e nos sentimos preparados para, com muito trabalho, enfrentar esta crise que assola o país.”

O emprego de metodologias e técnicas são necessários para a elaboração de trabalhos topográficos, geodésicos e cartográficos, e as técnicas sofrem constantes evoluções que aperfeiçoam os métodos de medições convencionais e/ou remotos com restituições aerofotogramétricas, restituições por imagens orbitais e laser scanner (terrestre e aerotransportados), por exemplo. Assim, algumas empresas, que antes atuavam apenas na venda de equipamentos, como teodolitos, níveis, estação total, receptores GNSS, agora, em meio à queda nas vendas, adotam o modelo flexível de aluguel de equipamentos.

Além dos equipamentos, outra variável levada em consideração para a elaboração de um projeto é o custo na aquisição das licenças de software, utilizados para fins acadêmicos, por consultores autônomos e ainda pequenas corporações.

Novos modelos de negócios e flexibilização

Além de tudo isso, algo interessante vem acontecendo. É possível observar que, atualmente no mercado, a flexibilidade não está apenas na disponibilidade do aluguel de equipamentos topográficos. A Autodesk, empresa que desenvolve softwares de projeto 3D para entretenimento, recursos naturais, manufatura, engenharia, construção e infraestrutura civil, por exemplo, durante o evento Autodesk University Brasil, anunciou que a partir de 31 de julho de 2016 novas licenças comerciais da maioria das “suites” de Design e Criação e produtos individuais estarão disponíveis apenas por assinatura. Quando isso acontecer, a empresa fornecerá novas opções de inscrição simplificadas, para que os clientes possam acessar vários produtos e licenças como fazem hoje – ganhando simplicidade, acessibilidade de assinatura.

A assinatura, ou aluguel de software, oferece uma experiência simplificada, ou seja, com menor custo e a capacidade de “pay-as-you-go” para os produtos da Autodesk e serviços em nuvem com termos anuais, trimestrais ou mensais. Como resultado, as empresas podem se adaptar com mais agilidade e com menor custo para mudança de ambientes de negócios.

Este novo modelo de negócios, que permite mais flexibilidade no uso dos softwares, beneficia principalmente pequenas e médias empresas, que precisam utilizar os softwares sob demanda.

O atual cenário da economia brasileira não fornece às empresas outra solução senão o emprego de novas estratégias, adaptação e inovação para minimizar os impactos causados pela crise econômica e política.

 

 Izabela Prates

Geógrafa (UFPR), Assistente Editorial da Revista MundoGEO,

Assistente do Evento MundoGEO#Connect

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