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Pesquisa em sambaquis no Rio de Janeiro une brasileiros e alemães

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O pesquisador Alexandre Ortega na Fazenda Campos Novos

A histórica Fazenda Campos Novos (Cabo Frio-RJ) pode se tornar a principal área de estudo de projeto que unirá estudiosos da Embrapa, Serviço Geológico do Brasil (CPRM), UFRJ e dos alemães Universidade de Oldenburg e Instituto Leibniz para Engenharia Agrícola. O grupo vai estudar os sambaquis que possuem horizontes antrópicos muito férteis, de origem não definida. “Nosso desafio é tentar entender os mecanismos de formação desses horizontes e tentar reproduzi-los”, revela o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) Wenceslau Teixeira.

O conhecimento dos mecanismos que levaram a formação destes horizontes de solos férteis, criados pelo homem, através do manejo de resíduos orgânicos será a base para propostas inovadoras no manejo de resíduos orgânicos carbonizados e seu uso na melhoria da qualidade agronômica do solo e mitigação das mudanças climáticas.

Em fevereiro o centro de pesquisa carioca vai unir os pesquisadores e iniciar a elaboração das propostas. “Estamos numa fase de ´namoro´ do trabalho”, conta Wenceslau. “Essa reunião no começo de 2016 vai definir se a parceria é viável”.

As características destes horizontes “pretos” dos sambaquis remetem aos horizontes de solos encontrados na Amazônia, conhecidos como Terras Pretas de Índio (estudados pela Embrapa), que são caracterizadas também pela sua elevada fertilidade e estoques de carbono. Os sambaquis podem servir como “experimentos de longo prazo” sobre o manejo de resíduos e a criação de horizontes de solos férteis. “O estudo da formação antrópica deste horizontes de solos é interessante como possibilidade do entendimento dos mecanismos que levaram ao acúmulo de carbono orgânico e dos nutrientes, e da possibilidade da replicação destes mecanismos em formas inovadoras do manejo de resíduos orgânicos para a criação de horizontes de solos férteis e também para o acúmulo de carbono orgânico no solo, desta forma reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e contribuindo com a mitigação das mudanças climáticas”, conclui Wenceslau.

Essa colaboração entre Brasil e Alemanha é resultado de aprovação em edital promovido pela FAPERJ em parceria com a Fundação Alemã de Pesquisa (DFG, da sigla em alemão).

Fonte: Embrapa

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