A floresta e a grande quantidade de nuvens na Serra do Mar e em alguns pontos do Litoral paranaense sempre foram obstáculos para o mapeamento aéreo da região. Para furar esses bloqueios e conseguir alta precisão de imagens, o Governo do Paraná passou a utilizar um radar de precisão, capaz de identificar rios, montanhas e solo mesmo através de nuvens e da vegetação densa.
Durante dez dias, uma aeronave com sensor desenvolvido pela empresa Bradar, vencedora da licitação, fará sobrevoos na área indicada pelo Governo do Estado e captará as imagens. O radar possibilita o mapeamento de locais mesmo com nuvens ou chuva, sem comprometer a qualidade das imagens.
“Nosso foco é aprofundar os estudos na região afetada pelos deslizamentos de 2011, onde é necessário um tipo de mapeamento mais complexo por conta da área geográfica”, disse o diretor-presidente do Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), Amilcar Cabral.
O mapeamento ultrapassará a barreira das copas das árvores da floresta, fornecendo informações do terreno, como as características de uso do solo, áreas urbanas, muros e cercas, áreas alagadas, estradas não pavimentadas e outros dados importantes para análises técnicas.
O mapeamento mostrará cada centímetro de uma área de aproximadamente 2 mil km², equivalente a 213 mil campos de futebol, que abrange Matinhos, Pontal do Paraná, Guaratuba, Paranaguá, até a Ilha do Mel, Antonina e Morretes.
O trabalho faz parte do Projeto Multissetorial de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres, coordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
A empresa vencedora da licitação entregará todo o material em seis meses e os dados serão compartilhados entre as várias áreas do governo. “O produto final contará com muitos dados para uso das autarquias vinculadas à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, como o ITCG, o Instituto Ambiental do Paraná, a Mineropar”, disse a diretora de Geociências do ITCG, Gislene Lessa.
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA – Uma das aplicações em que o produto final poderá ser usado é na regularização de terras, carro-chefe do ITCG. “O mapeamento pode ser usado na localização de divisas, por exemplo, auxiliando na regularização de imóveis daquela área” explica Gislene.
Há também a possibilidade de usar o mapeamento no planejamento socioeconômico e ambiental do Litoral.
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