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Cidades virtuais: uso de games para estudos urbanos

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A Rede INCT Observatório das Metrópoles vem desenvolvendo pesquisas como foco na inovação para a formação do chamado Profissional da Cidade, tanto na esfera das políticas públicas quanto na inserção desse profissional na nova Era do Conhecimento, pautada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). O projeto “Cidades virtuais: uso de games para estudo de arquitetura e urbanismo”, do professor Pablo Lira (IJSN/UVV), é um exemplo de inovação em práticas pedagógicas: ele inseriu o game “SimCity” (simulador de cidades) nas aulas de Arquitetura e Urbanismo, permitindo aos estudantes verificar em ambiente virtual simulado a aplicabilidade e efetividade das teorias, instrumentos e mecanismos do planejamento urbano. O projeto foi um dos premiados do Prêmio Inova UVV 2015.

SimCity (simulador de gestão de cidades)

Pablo Lira é geógrafo do Instituto Jones dos Santos Neves (Governo do Espírito Santo), professor da Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Vila Velha e coordenador do Núcleo Vitória do INCT Observatório das Metrópoles.

Ele conta que o projeto “Cidades Virtuais” surgiu em 2014 de uma capacitação da UVV para o corpo docente, sendo que a proposta era desenvolver práticas inovadoras em sala de aula. “Nesse treinamento tive a idéia de usar o game SimCity – um simulador computacional de gestão cidades – no plano da disciplina Fundamentos Sociais, Econômicos e Ambientais de Arquitetura e Urbanismo. A proposta era que os estudantes pudessem aplicar na prática virtual as teorias urbanas que estudávamos em sala”, relata e completa:

“O projeto “Cidades Virtuais” visa estimular os alunos a refletir de forma inovadora, em uma perspectiva heurística, para encontrar soluções, com base nas teorias trabalhadas nas aulas expositivas, para problemas complexos no campo da Arquitetura e Urbanismo. Nossos futuros arquitetos e urbanistas, com a referida dinâmica, exercitam e desenvolvem suas capacidades técnicas, de liderança, de gestão e de trabalho em equipe, bem como princípios de ética e cidadania”, afirma.

Pablo Lira fala sobre "Cidades Virtuais" durante a premiação do Prêmio Inova UVV

Simulador de Cidades na Sala de Aula

Pablo conta que o SimCity possibilita práticas de planejamento, construção e gerenciamento de uma cidade a partir de um território delimitado.

Em sala de aula, ele propõe a formação de grupos que serão gestores de várias cidades. No início do jogo, o grupo irá conceber a cidade a partir da topografia, hidrografia, cobertura florestal e definir espécies de fauna e flora.

Na etapa seguinte, os estudantes assumem o “modo Prefeito” e passam a planejar e gerenciar a cidade, controlar o orçamento e finanças municipais, monitorar as condições ambientais e administrar uma série de questões urbanas, como por exemplo:

•zoneamento agrário, industrial, residencial e comercial;

•manutenção de infraestrutura;

•saneamento básico;

•vias públicas;

•educação, saúde e segurança;

•greves de funcionários públicos;

“Em cada equipe é eleito um líder que representa a figura do gestor maior da cidade. Os demais membros das equipes assumem importantes papeis de conselheiros, planejadores e secretários municipais”, explica Pablo e finaliza: “A atividade lúdica do jogo desafia os alunos estimulando o desenvolvimento do raciocínio lógico, reflexivo e analítico que é exercitado individualmente e coletivamente nas equipes”.

Pablo aponta ainda que a divisão da turma em equipes favorece o debate, trabalho em grupo e aprendizado cooperativo. “O papel do educador é instruir e supervisionar o trabalho de maneira geral com a turma e prestar orientação particularizada em cada equipe”.

Potencialidades 

O caráter interdisciplinar do projeto “Cidades Virtuais” também evidencia interfaces com outras disciplinas da grade do curso de Arquitetura e Urbanismo, a saber:

Introdução à Arquitetura e Urbanismo;
Conforto, Saúde e Segurança;
Teoria e História da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo;
Planejamento Territorial, Ambiental e Urbano.

E possibilita aos alunos explorar uma série de novos conhecimentos relacionados ao planejamento e gestão urbana que vão além do curso de Arquitetura e Urbanismo, como por exemplo:

•finanças públicas
•estatística
•cartografia
•geoprocessamento
•estrutura econômica
•setores produtivos
•transportes e obras públicas
•logística
•engenharia

Com a utilização do SimCity, os estudantes podem verificar em ambiente virtual simulado a aplicabilidade e efetividade de instrumentos e mecanismos da política urbana e políticas setoriais como:

•zoneamento urbanístico;
•definição de índices urbanismos;
•uso e ocupação do espaço urbano;
•mobilidade e modais de transportes;
•saneamento e habitação;
•abastecimento hídrico;
•matriz energética, entre outros;

Envolvimento 

Segundo Pablo Lira, o envolvimento dos alunos com a disciplina aumentou muito com o uso do jogo. “Antes de aplicar essa dinâmica, os alunos sempre ficavam mais cansados. Vejo a maioria muito motivada, e aplicando os conhecimentos teóricos em uma experiência de gestão da cidade. No final do semestre realizamos um seminário no qual cada grupo apresenta o resultado do seu planejamento-gestão a partir da perspectiva social, econômica, ambiental”.

Perspectivas Futuras

Pablo conta que já está avaliando a possibilidade de trabalhar concomitantemente este projeto em plataformas de smartphones, considerando que já existe uma versão gratuita do jogo SimCity para essas novíssimas tecnologias.

Além disso, pretende replicar a experiência em outros cursos da UVV, bem como submissão de artigos em periódicos.

Ele já está usando o simulador de cidades no Curso de Pedagogia no qual ensina a disciplina Fundamentos do Ensino de Geografia. “Eu uso o simulador na pedagogia para que os estudantes pensem o espaço geográfico, a relação do homem com o espaço, as relações socioespaciais etc”, explica e conclui:

“Vivemos numa Era Urbana, e todos estão vivendo e produzindo na cidade. Ela é o nosso espaço de açao, portanto todos os profissionais devem olhar para a Cidade, refletir sobre seu funcionamento, políticas, sustentabilidade etc”.

Fonte: Observatório das Metrópoles

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