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Projeto de monitoramento da Bacia de Santos chega a 25 mil animais cadastrados

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Duas espécies ameaçadas de extinção, Tartaruga Verde e Toninha, estão entre as mais registradas.

Foto: Cláudia de Conto / Divulgação
Foto: Cláudia de Conto / Divulgação

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, coordenado pela Univali, completa em maio 21 meses de atuação no resgate de animais marinhos nas regiões litorâneas dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Este é um momento expressivo devido ao alcance da marca de 25.000 animais atendidos.

O projeto conta com 10 instituições que executam o monitoramento nas praias pertencentes à bacia de Santos. De Ubatuba/SP, até Laguna/SC, diariamente mais de 1000 km são percorridos por monitores em busca de aves, tartarugas e mamíferos marinhos. O objetivo é reabilitar os animais resgatados, necropsiar os mortos e tentar entender os motivos que fizeram estes animais estarem nas praias. Todas as informações coletadas pela equipe são disponibilizadas online em um banco de dados aberto ao público e servirão futuramente para avaliação de possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e outras atividades humanas sobre estas espécies.

 

Dos três estados atendidos pela Fase 1 do  projeto, Santa Catarina é o que tem a maior área monitorada, e relativamente tem o maior número de registros. Nos 217.638 km percorridos no litoral catarinense, já foram registrados 11.607 animais. Já em São Paulo foram monitorados 205.925 km e totalizados até o momento 9.839 ocorrências. Por fim, o Paraná com 81.741Km de área percorrida, atingiu 3.185 animais resgatados.

Dos registros realizados, 55% são de aves. Ao todo foram 62 espécies catalogadas, sendo que as mais comuns foram a Bobo-Pequeno (Puffinus puffinus, 3.772 animais) e o Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus, 3.309 animais). Já as tartarugas apresentam o segundo lugar em número de atendimentos com cerca de 38%. As cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil são consideradas como ameaçadas de extinção, e a Tartaruga Verde (Chelonia mydas) foi a que mais teve registros, chegando a 8.415 animais. Por fim estão os mamíferos com 7% do total de animais e 22 espécies catalogadas, sendo a mais comum a Toninha ou Franciscana (Pontoporia blainvillei) com 915 animais registrados. Vale ressaltar que esta espécie está classificada como criticamente ameaçada de extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) .

 

Segundo André Barreto, coordenador geral do projeto “Os dados coletados servirão para entendermos quais os principais motivos de animais marinhos aparecerem mortos nas costas, permitindo que ações de preservação sejam tomadas com mais segurança”. No início de 2018, a Univali irá encaminhar para a Petrobras um relatório técnico analisando os dados coletados ao longo dos dois anos de projeto. Adicionalmente, diversos artigos técnico-científicos vêm sendo produzidos pelas instituições vinculadas ao PMP-BS, que estão auxiliando na compreensão dos problemas que os animais marinhos estão sofrendo na área monitorada.

 

Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS)

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama e tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos mortos.

A Univali é a responsável pela coordenação e execução destas atividades referentes à Fase 1 junto a uma rede de instituições que atua ao longo do litoral. São elas: Associação R3 Animal, Instituto Argonauta, Instituto Gremar, Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), Universidade da Região de Joinville (Univille), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Australis (Projeto Baleia Franca), Projeto Biopesca, e Fundação Pró-Tamar.

 

Já a Fase 2 (que compreende o litoral do estado do Rio de Janeiro entre os municípios de Paraty e Saquarema) é executada pelo CTA – Serviços em Meio Ambiente, também em parceria com instituições da REMAB (Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Brasil) e foi iniciada em setembro de 2016.

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