Vários assuntos hoje para tratar sobre o Cadastro Ambiental Rural. Mas, como dizia Jack, o estripador, vamos por partes…
Aplicativo do Bem
Para não dizerem que eu só ‘detono’ o CAR, olha só uma aplicação prática e super do bem:
O app Plantadores de Rios – por enquanto disponível só para Android – conecta usuários e produtores rurais com objetivo de restaurar nascentes e áreas de mata ciliar cadastradas no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) que precisam de recuperação.
Eu baixei aqui e fiz alguns testes…
Um ponto ruim do app é o cadastro muito burocrático – pede até CPF. Outro é a falta de legenda sobre o que quer dizer verde/vermelho para as nascentes.
Já um ponto positivo é o uso de ‘gamification’, no qual o usuário ganha pontos à medida em que usa o aplicativo. Outro é o fato do usuário ‘adotar’ uma nascente por proximidade – para mim, a mais perto estava a 7,4 quilômetros de distância. Mais um ponto positivo é o chat entre colaborador e produtor rural.
Mas fica uma pergunta: quem fiscaliza se a doação será usada?
Embrapa e o CAR
Mais um ponto pro CAR:
Recentemente recebemos um boletim da Embrapa sobre a dimensão da área preservada pela agricultura, que foi revelada através das análises dos dados do CAR.
Ao todo, mais de 4 milhões de imóveis – e seus polígonos – foram analisados usando geoprocessamento e procedimentos estatístico-matemáticos pela equipe do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa, que desenvolveu, testou e validou os dados.
Todos os métodos empregados e resultados numéricos e cartográficos obtidos para cada microrregião, estado, região e País estão disponíveis na página Agricultura e Preservação Ambiental. Segundo o estudo, os produtores preservam, em seus imóveis, mais de 174 milhões de hectares de vegetação nativa – ou 20,5% da área do Brasil -, enquanto todas as unidades de conservação, juntas, protegem 13%.
Brasil com Mezanino
Ainda não temos um País com dois andares, mas segundo os números atualizados do CAR em abril passado, algumas regiões já passaram – e muito – a área cadastrável:
A região Norte, por exemplo, já passou de 37,5% da área, enquanto a Sudeste já tem quase 8% a mais de área, sendo que ainda tem muito imóvel para entrar no cadastro.
Como já temos comentado há tempos, apesar da imensa utilidade do CAR para uma análise qualitativa, se levarmos em conta a questão quantitativa da questão ambiental no Brasil, ele possui erros também imensos, devido a diversas causas, como por exemplo a falta de rigor na geometria dos imóveis.
Enfim, estamos migrando para uma situação de um País ‘com mezanino’, no qual a área incluída no CAR vai girar em torno de uns 20 a 25% do território brasileiro.
Vamos aguardar os próximos capítulos da ‘novela CAR’ para saber como estes dados serão integrados a outros sistemas, como por exemplo o SINTER – o Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais, gerido pela Receita.