Certamente você já deve ter percebido que as tecnologias geoespaciais são essenciais para uma infinidade de aplicações de mercado. Numa análise mais voltada para as tecnologias disruptivas, podemos observar que sem um banco de dados espacial de grande escala algumas das soluções mais inovadoras da era “mobile” não seriam possíveis de serem desenvolvidas: UBER, Airbnb, Waze, etc. Consegue imaginar alguma solução em escala mundial que não seja dependente das tecnologias geoespaciais?
Nesta matéria, iremos conhecer um jogo brasileiro que está em fase de desenvolvido no qual o dado georreferenciado (mapas) é a estrela principal.
Normalmente as pessoas observam os jogos como um produto tecnológico, mas dificilmente percebem que muitos jogos usam amplamente conceitos de áreas ligadas às Engenharias. No caso de jogos que envolvem posicionamento global, os modelos matemáticos relacionados à Cartografia e outras áreas são essenciais para garantir, por exemplo, o transporte de coordenadas, a reprojeção do sistema de referência (coordenadas), etc.
O jogo Frozen Mine (FMG – Frozen Mine Game) se propõe a ser um jogo global para interação massiva de jogadores através da realidade aumentada, mas ao contrário de outros jogos que utilizam a mesma tecnologia (conceito de realidade aumentada), ele poderá ser jogado em plataformas mais simples, abrangendo um número maior de modelos de smartphones.
Para poder atingir os objetivos planejados, um modelo matemático foi criado para dividir o globo terrestre em mais de 100 trilhões de quadrantes com lados de 4 metros. Os sistemas de referência tratados por este modelo são o EPSG 3857 (WGS 84 / Pseudo-Mercator – Spherical Mercator, Google Maps, OpenStreetMap, Bing, ArcGIS, ESRI – http://epsg.io/3857) e EPSG 3857 (WGS 84 — WGS84 – World Geodetic System 1984, usado no GPS -http://epsg.io/4326). A figura a seguir foi criada para divulgação (publicidade) e apresenta a visão dual da representação territorial criada pelo FMG.
O objetivo principal do jogo é colocar minas em locais estratégicos onde outros jogadores possam passar perto delas e ativá-las. Os jogadores vão interagir com cenários (mapas) que representam exatamente o ambiente real. Desta forma, as estratégias do jogo são totalmente dinâmicas pois dependem do espaço geográfico real. A figura a seguir apresenta alguns modelos de minas.
A figura a seguir apresenta o funcionamento das minas posicionadas nos quadrantes. Cada tipo de mina possui um raio de ativação e um raio de ação medidos em quadrantes.
O FMG possui um modelo de faturamento baseado na venda de itens da loja do jogo (modelo adotado por diversas plataformas) e também conta com um plano de parceria para fidelização de grandes redes de comércio/produtos/serviços. O plano de fidelização é um dos grandes diferenciais financeiros do projeto e busca potencializar a venda de produtos reais através da rede de jogadores. Os detalhes de como o plano financeiro vai funcionar ainda são mantidos em segredo e serão divulgados à medida que o projeto avance. A figura a seguir apresenta alguns itens da loja.
Outra curiosidade do FMG é que o mesmo está sendo desenvolvido por uma empresa do mercado de geotecnologias. A UTEI foi fundada pelo Engenheiro Helton Nogueira Uchoa com foco em criar soluções disruptivas para o mercado brasileiro de geotecnologias, porém a oportunidade de criar um jogo para atingir o mercado global começou a se tornar bem atrativa no momento no qual o Governo Brasileiro entendeu a importância estratégica do setor de games e começou a incentivar o mercado interno através de chamadas públicas (editais) da ANCINE.
Aproveitando esta possibilidade de impulsionar o projeto a partir de investimentos provenientes destas chamadas públicas, uma equipe de especialistas uniu esforços em torno do FMG, contando atualmente com os seguintes colaboradores: o Analista de Sistemas Francisco Alecsandro do Nascimento Silva, o Engenheiro de Software Antonio Edward Facundo Araujo e o Ilustrador Elias Marques Oliveira da Costa. O FMG estará concorrendo no edital da ANCINE (Chamada Pública BRDE/FSA PRODAV 14/2017) na versão 2017 que está aberto recebendo propostas até o dia 03/07/2017.