Estudos mostram que o uso intensivo da nuvem como espaço de armazenamento de informações, o desenvolvimento de análises preditivas de “big data” e estratégias de policiamento baseadas em evidências podem efetivamente ajudar a prevenir e controlar o crime
A Motorola Solutions desenvolveu um estudo conjunto com pesquisadores da Universidade de Santiago do Chile para analisar a situação de múltiplas instituições policiais na região. Na pesquisa, constatou-se que aqueles que desenvolvem um processo sério de aquisição de tecnologia têm melhores resultados na prevenção e o controle do crime, embora a adoção da tecnologia seja uma das áreas em que mais dificuldades são observadas devido a ciclos mais longos, pouco investimento, falta de planejamento e instruções que mudam frequentemente.
Por meio de entrevistas com instituições-chave, a Motorola Solutions também identificou necessidades e barreiras que afetam o ambiente de segurança pública na América Latina. Entre os maiores obstáculos que os órgãos geralmente encontram para adotar a tecnologia estão o financiamento limitado, processo de compra longo e burocrático, tomada de decisão ad hoc (medidas pontuais), visão descentralizada, manutenção de última hora (emergenciais) e falta da cultura “como serviço”, ou seja delegar a gestão da tecnologia em si para focar no atendimento à população.
Da mesma forma, a Motorola Solutions identificou cinco tendências principais que permitirão aos governos gerar uma mudança na maneira de abordar o tema da segurança pública na região, que são as seguintes:
1 – Um nível mais alto de participação cidadã
Os cidadãos compartilham informações com sua comunidade por meio de redes sociais e hoje é muito comum que os socorristas sejam acionados por qualquer cidadão que usa seu dispositivo móvel para gravar os eventos e fazer o upload do conteúdo para suas redes sociais instantaneamente.O vídeo não apenas aumenta a transparência com a comunidade, mas também registra a sequência de eventos e ajuda a proteger servidores contra falsas acusações.
2 – Acesso aos dados em tempo real para os profissionais em campo
É “fundamental” que os agentes em campo tenham acesso aos dados em tempo real. Essa tendência é mantida ano após ano e enfatiza a necessidade de informações confiáveis instantaneamente e apresenta desafios importantes em relação ao gerenciamento de dados, uma vez que o conteúdo do vídeo capturado com dispositivos corporais está sujeito às mesmas regras de preservação de evidências, cadeia de custódia e armazenamento.
3 – Comunicações com agências de cidades vizinhas
Adotar aplicativos e dispositivos compatíveis que possam ser integrados em sistemas regionais ou estaduais para interconectar pessoal de diferentes redes (polícia, bombeiros, ambulâncias etc.) e dispositivos (rádios de mão, smartphones, computadores de mesa etc.). Isso permite expandir possibilidades de colaboração em tempo real, conectando-se a todos os tipos de plataformas.
4 – Uso de tecnologias colaborativas para expandir as capacidades
Sempre que há mais conteúdo digital disponível, os socorristas e suas agências esperam acessar instantaneamente informações mais completas de vários bancos de dados, uso de GPS para rastreamento de veículos, indivíduos e acesso a vídeos em tempo real.
5 – Gestão do déficit de competências tecnológicas
As agências devem enfrentar um desafio, pois a cada dia surgem novas plataformas tecnológicas e atualizações constantes, tornando a gestão de um sistema com o próprio pessoal da organização cada vez mais complexa. A tendência é terceirizar a administração para especialistas profissionais em redes e compartilhar a responsabilidade pela administração das tecnologias.
Embora a tecnologia ofereça um potencial real, ela sozinha não acabará com o crime, mas pode ajudar as autoridades a tomar decisões mais inteligentes, baseadas em dados, sobre como implementar a equipe e os recursos limitados que têm disponíveis e a maneira mais eficiente possível. A região tem as melhores práticas isoladamente, mas o próximo passo será avançar na integração de esforços de planejamento de longo prazo, treinamento constante da equipe e maior conscientização sobre a importância da tecnologia como um fator chave e uma aliada para a segurança no desenvolvimento de cidades mais prósperas.
Este estudo do setor faz parte de uma iniciativa de pesquisa promovida pela Motorola Solutions para ajudar a identificar e relatar tendências associadas às tecnologias de comunicação de segurança pública. Nesse caso, o estudo foi baseado em entrevistas com 800 profissionais de Segurança Pública na América Latina, inclusive no Brasil.
Geotecnologias na Indústria 4.0
Você já pode marcar na sua agenda: de 25 a 27 de junho acontecem em São Paulo (SP) os eventos MundoGEO Connect e DroneShow 2019, os maiores da América Latina e entre os cinco maiores do mundo no setor.
Alinhados às tendências globais e com foco na realidade regional, o tema geral do MundoGEO Connect e DroneShow em 2019 será “Geotecnologias e Drones na Indústria 4.0”.
Os conteúdos dos cursos, palestras e debates estão sendo formatados por um time de 32 curadores para atender as demandas de empresas, profissionais e usuários principalmente nos setores de Agricultura, Cidades Inteligentes, Governança Digital, Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Naturais, Segurança e Defesa.
Dentre as tecnologias disruptivas que estarão em destaque, estão Big Data, Inteligência Artificial / Machine Learning, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, BIM, Tecnologia Autônoma, entre outras, tudo isso cada vez mais integrado às Geotecnologias (Mapeamento, Cadastro, Imagens de Satélites, Inteligência Geográfica, GIS).
Os sites do MundoGEO Connect e DroneShow 2019 apresentam o time de curadores que está ajudando a desenhar de forma inovadora os conteúdos dos eventos. Ainda este ano será divulgado o formato e prazos para submissão de trabalhos, as formas de participação de startups e a lista completa de cursos inéditos e atividades paralelas da feira.
Confira como foi a última edição dos eventos MundoGEO Connect e DroneShow:
Imagem: Pixabay