Evento superou as expectativas, com cursos, fórum empresarial, mostra e espaço para confraternização do setor de drones
A versão reduzida do evento DroneShow superou as expectativas dos organizadores. De 6 a 8 de novembro, em São Paulo (SP), o DroneShow Plus 2018 reuniu 420 profissionais de todo o Brasil, que estiveram presentes participando dos 10 cursos inéditos e do 6° Fórum Empresarial de Drones, além da mostra de tecnologia.
Nos cursos, os destaques foram os treinamentos avançados, que tiveram procura maior do que os básicos, comprovando a opinião dos empresários que participaram da mostra de tecnologia sobre o perfil mais experiente dos participantes e visitantes.
Foram expositoras da mostra as empresas XMobots, SMX Systems, Futuriste, Bentley Systems, G-Drones, Tecnodrone, EOS Positioning Systems, Horus Aeronaves, Santiago & Cintra Geotecnologias, Vantum, Metro Cúbico, Bons Voos e Pantanal Geotecnologia.
Além disso, apoiaram o evento a Associação Brasileira de Multirrotores (ABM), Associação Baiana de Pilotos Remotos (ABPR), Associação Sergipana de Pilotos Remotos (ASPR), Associação Profissional dos Engenheiros Agrimensores de São Paulo (APEAESP), Associação Profissional dos Geógrafos no Estado de São Paulo (APROGEO-SP), Editora Oficina de Textos, Portal Topografia, Portal Agrimensura, AgroDBO, A Lavoura e GestAgro 360º.
A maioria dos participantes da versão Plus não esteve no evento DroneShow em maio passado na capital paulista, comprovando a eficiência do trabalho dos parceiros e apoiadores, além da empresa Virta de assessoria de imprensa, em disseminar o evento para um público mais amplo. Muitos afirmaram que vão participar da próxima DroneShow, que será realizada de 25 a 27 de em junho de 2019 novamente em São Paulo.
Fórum Empresarial do Setor
Um dos destaques do evento DroneShow Plus foi a sexta edição do Fórum Empresarial do setor. Com mais de 100 participantes, o Fórum mais uma vez se mostrou o principal espaço para empresários se reunirem para networking, troca de experiências, avaliação da regulamentação e discussão de novos modelos de negócios para o setor.
Na abertura foi feita uma apresentação de dados de mercado no Brasil e um resumo do mercado global, por Emerson Granemann, CEO da MundoGEO e idealizador da feira DroneShow.
Em seguida, o Presidente da ABM, Lincoln Kadota, comentou sobre o trabalho da Associação e anunciou a inauguração da sede da ABM no Rio de Janeiro (RJ) no dia 9 de novembro, na Barra da Tijuca. Já Francisco Faria Feitoza Junior, da ASPR, detalhou as várias atividades desenvolvidas no estado de Sergipe, de treinamento e disseminação das boas práticas de operação dos drones, tanto para uso profissional como recreação.
Representantes de órgãos reguladores participaram ativamente e proporcionaram grande interação com os participantes. Estavam presentes, pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), João Freire, Especialista de Regulação da Aviação Civil, e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o Coronel Aviador Jorge Humberto Vargas Rainho, que fez uma explanação detalhada sobre o dia a dia das atividades relacionadas ao uso do Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo por RPAS (SARPAS).
Quatro painéis empresariais aconteceram. O painel de agricultura teve a participação de Bruno Holtz Gemignani, da 3DGeo, Giovani Amianti, da XMobots, Fabrício Hertz, da Horus Aeronaves, e Lucio Andre De Castro Jorge, da Embrapa. O tema central foi a constatação de que o uso de drones no setor não atinge nem 5% do seu potencial, segundo Fabrício. O setor que mais utiliza drones é o de cana de açúcar, com potencial ainda baixo de utilização no imenso setor de grãos. Segundo os debatedores, parte dos demandantes prefere montar suas frotas e drones, treinar seus operadores e processar os dados internamente e parte prefere terceirizar.
O painel sobre drones para mapeamento contou com Reinaldo Almeida Colares, da Horus Geo, e Paulo Henrique Amorim, da Santiago & Cintra Geotecnologias. A discussão principal foi por conta dos resultados positivos de técnicas que dispensam pontos de apoio em campo sem prejuízo da precisão dos produtos gerados. Foi ratificado que todo o setor aguarda com grande expectativa a divulgação da portaria do Ministério da Defesa que irá flexibilizar a legislação de Aerolevantamentos com drones para áreas reduzidas. “Lembrando que a legislação que rege esta atividade é de 1972, comprovadamente defasada pelos imensos avanços na coleta de processamento de dados da superfície terrestre”, comenta Emerson, moderador do fórum.
Já o painel sobre o uso de drones para inspeções teve a participação de Emílio Hoffman, da H3 Dynamics, e Jorge André Gomes Machado, autor do livro “Perícia em Fachada com Desplacamento utilizando Drones”. Foi discutido o desafio tecnológico e cultural que os peritos atuais estão enfrentando para executar, processar e fazer seus laudos baseados nas análises mais detalhadas que os drones oferecem, além dos arquivos gerados com identificação das anomalias utilizando inteligência artificial. “Sem dúvida, este é um mercado imenso ainda pouco explorado, não só em fachadas de prédios, mas também estruturas mais complexas como pontes, viadutos, rodovias, oleodutos, viadutos, torres de telecomunicações ou energia, usinas eólicas e instalações industrias como refinarias e plataformas de petróleo”, complementa Emerson.
Por último, um painel histórico: pela primeira vez estiveram reunidos especialistas e o setor de saúde para discutir as demandas que salvam vidas usando drones. Estavam presentes Samuel Salomão, da SMX Systems, Pedro Junior, da Saúde Hospitalar, Suzane Santana Cotrim, da Logística Roche, e Leonisa Scholz Obrusnik, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Vários países já têm projetos em andamento, enquanto no Brasil a ideia é iniciar em áreas remotas e em áreas urbanas com rotas predefinidas, tudo dentro da legislação. Foram citadas as 10 áreas oficiais nos Estados Unidos onde empresas credenciadas estão fazendo seus testes do operações BVLOS (além da linha de visada) envolvendo ações de entregas, inspeções, mapeamento e agricultura. No Brasil, ANAC e DECEA afirmaram que, mediante demanda organizada e bem fundamentada da comunidade do setor, ações semelhantes a estas poderão ser criadas.
Foi feita, ainda, uma análise dos diversos Projetos de Lei que tramitam na Câmara e Senado relacionados aos Drones, por Tércio Chaves, Advogado do setor Aeronáutico da OAB SP. “Ficou claro a falta de sintonia dos autores dos projetos, que não conversam entre si e também não discutiram as propostas com a comunidade do setor”, diz Emerson.
Participaram no fórum profissionais de várias instituições, como Petrobras, Vale, Sabesp, Eletropaulo, Copel, várias prefeituras, reflorestadoras e muitas empresas e empresários desejando investir no setor. Ao final do fórum, houve um momento de confraternização para networking e comemoração das conquistas recentes alcançadas pelo setor de drones.
Cursos Básicos e Avançados
Além do fórum e da mostra, muitos participantes se capacitaram para atuar no setor através de 10 cursos básicos e avançados que aconteceram nos três dias do DroneShow Plus.
No primeiro dia, o minicurso básico de Drones para Mapeamento apresentou as principais leis e normas pertinentes ao uso de drones, além de uma visão panorâmica sobre o mercado de drones em mapeamento no Brasil. Ao final, foram apresentados exemplos de precificação de serviços por meio de drones e os desafios deste mercado ainda em amadurecimento. Já o treinamento avançado buscou fornecer subsídios para que cada aluno conseguisse realizar os voos e a coleta de pontos de apoio de modo a garantir a excelência no levantamento. Os instrutores foram George Longhitano e Anderson Jorge, da G drones.
Paralelamente aconteceu o curso de Agricultura com Drones, com Giovani Amianti. No curso básico foi detalhado o ciclo de agricultura de precisão, desde os métodos de sensoriamento remoto até processamento de dados, com foco nos conceitos e na escolha de equipamentos, acessórios e softwares. Por sua vez, no treinamento avançado foram detalhados três cases do uso de drones na Agricultura: cana de açúcar, silvicultura/citricultura/cafeicultura e grãos.
No segundo dia, em paralelo ao fórum empresarial aconteceu o curso de processamento de imagens obtidas com Drones, também com George Longhitano e Anderson Jorge. O treinamento introdutório teve como objetivo apresentar os processamentos digitais de imagens básicos para geração de informações em mapeamentos. Foi abordado o uso de softwares para geração de dados geográficos em estrutura de nuvem de pontos, TIN, raster e curvas de nível. Na sequência, o treinamento avançado apresentou técnicas de processamento de imagens para geração e classificação de informações geográficas de forma manual e automática.
Para fechar o evento, no terceiro dia aconteceu o curso básico de Topografia com drones, quando foram abordados teoria e exemplos práticos de aerofotogrametria, usando o modelo Phantom, tipos de câmeras e sensores, além de procedimentos para realizar um voo autônomo e gerar produtos cartográficos. Já no curso avançado foram abordados os softwares de planejamento de voo, as análises estatísticas a serem aplicadas para a validação dos produtos gerados e os melhores parâmetros a serem configurados no software de processamento. O instrutor foi Danilo Rodrigues, da Geosurv.
Em paralelo aconteceram os cursos de Inspeções com Drones na Construção Civil, com o professor Emilio Hoffmann. Enquanto o treinamento básico fez uma introdução sobre o assunto, o avançado detalhou as técnicas de coletas de dados visuais, o uso da inteligência artificial e explorou alguns estudos de casos, realizados em Singapura e no Brasil.
Drones na Indústria 4.0
Você já pode marcar na sua agenda: de 25 a 27 de junho acontecem em São Paulo (SP) os eventos MundoGEO Connect e DroneShow 2019, os maiores da América Latina e entre os cinco maiores do mundo no setor. Alinhados às tendências globais e com foco na realidade regional, o tema geral do MundoGEO Connect e DroneShow em 2019 será “Drones e Geotecnologia na Indústria 4.0”.
Os conteúdos dos cursos, palestras e debates estão sendo formatados por um time de 32 curadores para atender as demandas de empresas, profissionais e usuários principalmente nos setores de Agricultura, Cidades Inteligentes, Governança Digital, Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Naturais, Segurança e Defesa.
Dentre as tecnologias disruptivas que estarão em destaque, estão Big Data, Inteligência Artificial / Machine Learning, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, BIM, Tecnologia Autônoma, entre outras, tudo isso cada vez mais integrado às Geotecnologias (Mapeamento, Cadastro, Imagens de Satélites, Inteligência Geográfica, GIS).
Os sites do MundoGEO Connect e DroneShow 2019 apresentam o time de curadores que está ajudando a desenhar de forma inovadora os conteúdos dos eventos. Ainda este ano será divulgado o formato e prazos para submissão de trabalhos, as formas de participação de startups e a lista completa de cursos inéditos e atividades paralelas da feira. Confira um resumo de como foi a última edição:
Fonte: DroneShow