Pela primeira vez, os pesquisadores estão utilizando drones para caracterização das encostas e a escolha dos locais mais apropriados para a instalação dos sensores
A equipe de pesquisadores da área geodinâmica/geologia, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – iniciou, neste mês, em Pernambuco, a instalação de equipamentos conhecidos como PCDs Geotécnicas (Plataformas de Coleta de Dados Geotécnicas).
A inovação é a composição de pluviômetros e sensores de umidade do solo no mesmo equipamento, com o objetivo de monitorar o risco de deslizamentos em encostas urbanas e aprimorar os alertas de prevenção dos impactos de risco de deslizamentos.
Os equipamentos fazem parte do Projeto RedeGeo da rede observacional do Cemaden. As instalações programadas, neste mês, estão na região metropolitana de Recife que abrange, além da capital de Pernambuco, os municípios de Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
Nas próximas etapas, estão programadas instalação dos equipamentos da RedeGeo em Blumenau (no Estado de Santa Catarina) e nos municípios da Baixada Santista do Estado de São Paulo (Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Cubatão).
Está previsto até mês de agosto, deste ano, a instalação de um total de 45 PCDs Geotécnicas da RedeGeo. Nessa primeira etapa, serão instaladas 15 PCDs em cada um desses estados.
Drones na identificação de áreas
Além da região metropolitana de Recife (PE), Blumenau (SC) e Baixada Santista (em cinco municípios no Estado de SP), serão instaladas PCDs Geotécnicas em Mauá e municípios vizinhos (SP), Angra dos Reis, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo (RJ) e em Salvador e municípios vizinhos (BA).
Para a instalação das PCDs Geotécnicas nos municípios, é necessário realizar um cronograma de atividades preparatórias e o envolvimento de pesquisadores, acordos e contratos institucionais do Cemaden, Defesas Civis, empresa técnica de instalação e apoio de universidades locais.
No cronograma, estão previstas, praticamente, três fases de atividades: 1ª fase- coleta de amostras de solo para ensaios laboratoriais; 2a. fase – construção de infraestrutura para instalação da PCD e na 3a. fase – retorno para montagem da PCD, conexões, início de funcionamento e transmissão de dados.
Pela primeira vez, os pesquisadores da área geodinâmica do Cemaden estão utilizando o drone para caracterização das encostas e a escolha dos locais mais apropriados para a instalação das PCDs Geotécnicas.
Para os trabalhos de instalação e manutenção dos equipamentos, em Pernambuco, o Cemaden contratou a empresa IACIT– Soluções Tecnológicas S.A. Os pesquisadores do Cemaden contaram, também, com o a equipe de apoio do Grupo de Engenharia Geotécnica de Encostas e Planícies (GEGEP), do Departamento de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a coleta de amostras deformadas e indeformadas de solo, bem como para a realização dos ensaios laboratoriais.
Além da realização do trabalho de instalação – acompanhado pelos pesquisadores do Cemaden : Rodolfo Mendes, Márcio Andrade e Márcio Moraes – também será feito um levantamento histórico de ocorrência de deslizamentos de massa a partir dos registros da Defesa Civil de Pernambuco. Esse levantamento será feito pelo pesquisador bolsista do Cemaden, Daniel Metodiev.
RedeGeo
O RedeGeo é uma iniciativa do Cemaden e da FUNCATE – Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais, patrocinado pela FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos (Carta Convite MCTI/FINEP/FNDCT 01/2016) com parcerias das Defesas Civis Municipais, universidades e institutos de pesquisa regionais.
Entre os resultados esperados pelo Projeto RedeGeo, além da rede de monitoramento multiusuário das PCDs Geotécnicas, está o desenvolvimento de pesquisas e banco de dados para análise dos fatores condicionantes dos deslizamentos. Os dados serão aplicados para o entendimento da dinâmica dos processos físicos envolvidos, assim como instrumentos para aprimorar o trabalho operacional do Cemaden.
Entre as novidades previstas, está a implantação de um laboratório de realidade virtual na UNESP-SJC, com o objetivo de integração e modelagem de dados para análise de cenários críticos de deslizamentos de encostas em ambiente 3D.
Com informações da Ascom-Cemaden
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