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Prospecção por sensoriamento remoto pode facilitar mineração de ouro

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Sensoriamento remoto hiperespectral fornece dados valiosos para a prospecção de vários tipos de minérios

Pesquisadores do Instituto de Geociências da Unicamp, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), desenvolveram um estudo que poderá agregar maior eficiência à prospecção mineral do ouro.

O objetivo era explorar o sensoriamento remoto hiperespectral, ou seja, a aplicação de sensores de alta resolução espectral para a obtenção remota de informações detalhadas de um objeto na superfície terrestre.

A técnica pode fornecer dados valiosos para a prospecção de alguns tipos de depósitos de ouro, elemento cuja aplicação é essencial em áreas como medicina, construção de satélites e até mesmo fotografia.

O pesquisador João Luís Carneiro Naleto explica que o objetivo foi suprir carências no conhecimento sobre os depósitos de ouro orogênicos – gerados em ambientes de convergência de placas tectônicas e que correspondem a grande parte da produção mundial de ouro – do tipo hipozonais ou de fácies anfibolito, ainda pouco estudados à luz de tecnologias espectrais.

Os depósitos hipozonais ficam hospedados em terrenos metamorfizados a profundidades maiores de 15 km e a temperaturas de cerca de 700º C e costumam ser menos significativos do que os depósitos orogênicos do tipo fácies xisto-verde, formados a temperaturas inferiores a 450º C.

“Os resultados demonstram que estas tecnologias, reconhecidamente de resposta mais rápida e, em certos casos, mais baratas que alguns métodos tradicionais, são capazes de fornecer informações adicionais chave para a prospecção aurífera em ambientes geológicos e climáticos semelhantes ao estudado,” afirmou João Luís.

Reserva de ouro de Pedra Branca

Na parte prática da avaliação, o trabalho estabeleceu um modelo espectro-mineralógico para o depósito de Pedra Branca, localizado na região central do estado do Ceará, utilizando a espectroscopia de refletância em amostras coletadas em campo.

Esta tecnologia é de operacionalidade simples e rápida, e fornece informações composicionais com base na interação entre a energia eletromagnética nas faixas do visível ao infravermelho de ondas curtas e a superfície dos materiais.

Os resultados da espectroscopia de refletância foram então comparados com os obtidos pelo sensoriamento remoto hiperespectral, mostrando que o processamento digital das imagens remotas pode ser usado para a prospecção aurífera.

Além disso, os guias minerais estabelecidos podem ser investigados por sensores em múltiplas escalas, como portáteis, perfiladores, imageadores de bancada, aerotransportados ou satelitais.

A expectativa dos geólogos é que o exemplo de aplicação destes métodos na região de Pedra Branca fomente a inclusão da espectroscopia de reflectância e do sensoriamento remoto hiperespectral nos fluxos de trabalho de projetos exploratórios.

Com informações do Site Inovação Tecnológica

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Imagem: Pixabay

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