Os nanossatélites, ou cubesats, podem ser tão pequenos quanto uma caixa de sapatos
Pesquisadores brasileiros uniram-se a um consórcio internacional que visa o lançamento de pequenos satélites de observação da Terra, os chamados nanossatélites, ou cubesats.
A expectativa é que o conjunto de equipamentos – menores do que caixas de sapato – forme uma rede de sensores em órbita capaz de fornecer imagens 3D de alta qualidade sobre o relevo terrestre, a formação de nuvens e seu conteúdo.
“A maior vantagem dos mini e nanossatélites é que, por estarem em altitudes mais baixas [a 300 quilômetros da superfície terrestre], eles têm menor latência. Dessa forma, é possível que o fluxo de dados seja feito em tempo real, ao contrário dos satélites geoestacionários. Outra vantagem considerável é que o custo do lançamento de um satélite costuma ser calculado pela sua massa,” explicou Klaus Schilling, professor do Centro para Telemática da Alemanha e líder do projeto, que envolve pesquisadores da Alemanha, África do Sul, Áustria, China, Canadá e EUA.
Um dos acordos firmados em um encontro realizado em São José dos Campos (SP), no âmbito do projeto Missão Telemática Internacional (TIM – Telematics International Mission), prevê lançar satélites com cerca de 3 quilogramas em 2021, provavelmente de uma base chinesa.
De acordo com Geilson Loureiro, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Inpe, a reunião permitiu reunir empresas, institutos e universidades do Estado de São Paulo para impulsionar o andamento da parte nacional do projeto de pequenos satélites.
“Temos a tecnologia e a intenção de participar da empreitada, que deve reunir, além de pesquisadores da Bavária, cientistas das províncias de Shandong, Quebec e Western Cape. Reunimos integrantes das empresas paulistas Visiona, Orbital e Cron e pesquisadores do Inpe, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade Federal do ABC para discutir nossa participação e formular uma proposta de financiamento do projeto,” disse Loureiro.
A expectativa é ter até nove pequenos satélites trabalhando em conjunto no projeto TIM, que vai permitir abordagens inovadoras em áreas como observação da Terra, exploração científica e telecomunicações. Embora já existam vários pequenos satélites orbitando a Terra, explicou Loureiro, pesquisas de ponta na área atualmente se valem de equipamentos sendo controlados a partir do solo. O projeto prevê que os satélites trabalhem em formação, trocando informações de órbita e de atitude (orientação de um corpo em relação a um referencial inercial) entre si.
Com informações da Agência Fapesp